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Acolhimento de migrantes é uma responsabilidade e uma mais valia para as necessidades do país

Acolhimento de migrantes é uma responsabilidade e uma mais valia para as necessidades do país

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje a disponibilidade de Portugal em cooperar diretamente com a Organização Internacional das Migrações no sentido de acolher mais migrantes, defendendo que esta é não só uma responsabilidade humanitária, mas representando também uma oportunidade virtuosa para suprir as necessidades do país em matéria de recursos humanos.
Acolhimento de migrantes é uma responsabilidade e uma mais valia para as necessidades do país

“Estamos numa situação económica em que muitas associações empresariais nos solicitam que sejamos pró-ativos na criação de canais legais de migração para Portugal de forma a satisfazer as necessidades que temos de recursos humanos”, afirmou o líder do Executivo, após um encontro com o diretor-geral da Organização Internacional das Migrações (OIM), António Vitorino, em Genebra.

“Portugal tem, no quadro da União Europeia, uma atitude positiva e disponibilidade para acolher refugiados, o que devemos fazer tendo em conta a nossa própria história. Quis transmitir que a disponibilidade que temos tido na União Europeia, e que nem sempre tem sido devidamente utilizada, estendemos à OIM e estamos disponíveis para trabalhar diretamente com a OIM”, acrescentou.

António Costa explicou também que esta necessidade não respeita apenas a altas qualificações, mas para diferentes tipos de emprego, apontando, aliás, a iniciativa de apoio aos refugiados sírios que estão a estudar em Portugal como um exemplo de sucesso de integração.

A disponibilidade manifestada pelo primeiro-ministro português, segundo António Vitorino, chega numa altura particularmente complexa do fluxo migratório mundial.

“A urgência hoje é ainda maior. Vivemos cerca de nove situações de grande sofrimento humano, na Síria, no Yemen, mais recentemente na Venezuela, que afeta a comunidade de luso-descendentes e de portugueses. É muito importante que os Estados-membros se mobilizem e agradeço o apoio que Portugal tem dado à OIM, em geral, muito particularmente no apoio aos que mais sofrem, especialmente as mulheres e as crianças”, disse o antigo comissário europeu.

Intervenção na Conferência Internacional do Trabalho

No âmbito da sua deslocação a Genebra, António Costa manterá também um encontro com o Diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho, Guy Ryder, intervindo depois na 108ª Conferência Internacional do Trabalho.

A intervenção do primeiro-ministro português acontece no momento em que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) celebra o seu 100º aniversário – ocasião em que pretende aprofundar “uma reflexão sobre o futuro do trabalho, procurando preservar o seu mandato de justiça social face às transformações tecnológicas e sociais em curso no mundo laboral”.

Nos primeiros dias desta conferência, já estiveram presentes vários chefes de Estado e de Governo europeus, com destaque para a chanceler alemã, Angela Merkel, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e os primeiros-ministros do Reino Unido, Theresa May, do Luxemburgo, Xavier Bettel, e da Rússia, Dmitri Medvedev.

António Costa parte depois para Bruxelas, onde participará na quinta e sexta-feira em mais um Conselho Europeu, dedicado à discussão e aprovação da Agenda Estratégica (2020/2024) da União Europeia e ao processo de escolha dos futuros presidentes da Comissão, Conselho, Parlamento Europeu e Alto Representante para a Política Externa.