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Restrição excecional em Ovar para travar transmissão comunitária

Restrição excecional em Ovar para travar transmissão comunitária

O Governo declarou ontem o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar devido ao elevado número de casos confirmados de Covid-19, que indiciam uma situação de transmissão comunitária. Em função desta medida restritiva, em vigência até 2 de abril e podendo ser revogada caso a situação se altere, o município passa a controlar a partir de hoje as entradas e saídas no concelho, assim como a circulação de pessoas sem ser por "necessidade premente".
Restrição excecional em Ovar para travar transmissão comunitária

O primeiro-ministro, António Costa, referiu que Ovar foi a primeira situação em que se verificou uma “transmissão comunitária” do novo coronavírus, obrigando a “escalar as medidas de restrição” e a “elevar o nível de estado de alerta para o nível de calamidade”.

António Costa deixou claro que elevar o nível de alerta para o nível de calamidade “pode ser aplicado localmente” e permite “adotar todas as medidas” que seja necessário adotar, designadamente o cerco sanitário, impedindo entradas e saídas de pessoas, ou o controlo e a garantia de entrada e saída de animais e de bens, de forma a procurar conter o foco infecioso.

O líder do Executivo reforçou que serão adotadas “todas as restrições que sejam necessárias, mas nos limites do que é estritamente necessário”.

A declaração de calamidade foi anunciada, em conferência de imprensa conjunta, pelos ministros da Administração Interna e da Saúde. Eduardo Cabrita explicou que a sua aplicação significa “a criação de uma situação de cerca sanitária aplicada a todo o município e o estabelecimento de um conjunto de restrições a atividades económicas e à circulação de pessoas”.

“Salvo um conjunto de situações excecionais, profissionais da saúde, das forças de segurança ou de socorro, abastecimento de áreas que devem continuar em funcionamento supermercados e postos de combustíveis, está vedado o acesso a Ovar”, disse o governante.

Como exemplo, referiu que a linha de comboios do Norte vai continuar a operar, mas nas estações situadas no município de Ovar, não haverá entrada nem saída de passageiros.

Segundo a ministra da Saúde, há 30 pessoas no concelho de Ovar testadas positivamente com Covid-19, o que “indicia uma transmissão comunitária ativa e generalizada” da doença, sendo por isso um “quadro compatível” com a declaração de situação de calamidade pública.

Marta Temido observou que existe um “risco de novas cadeias de transmissão”, atendendo a que o concelho tem mais de metade dos casos de infeção identificados na região Centro, que totaliza 51, adiantando que há cerca de 440 contactos sob vigilância no concelho, aos quais foi recomendado o isolamento e a manterem-se em contacto com as autoridades locais de saúde.

A ministra referiu ainda que os testes de despistagem serão feitos às pessoas sob vigilância no caso de manifestarem sintomas, como tosse, dificuldade em respirar e febre.