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Mário Centeno inicia mandato com defesa de “instituições fortes” para enfrentar desafios

Mário Centeno inicia mandato com defesa de “instituições fortes” para enfrentar desafios

O ex-ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, assumiu funções como novo Governador do Banco de Portugal preconizando a “transparência” e a “independência” como princípios orientadores, defendendo que o país “precisa de instituições fortes” para enfrentar com “determinação” os desafios que se avizinham.
Mário Centeno inicia mandato com defesa de “instituições fortes” para enfrentar desafios

“O país precisa como nunca de instituições fortes, renovadas e de lideranças capazes de enfrentar os desafios que se nos põem com determinação, num contexto europeu e mundial competitivo”, disse o novo Governador, na cerimónia oficial de apresentação, que decorreu ontem, em Lisboa, acrescentando que encara a nova missão “com enorme entusiasmo, mas sobretudo com responsabilidade e plena consciência dos desafios futuros”.

“Acredito que a prestação de contas, a transparência e a independência são fatores essenciais ao equilíbrio democrático e ao desenvolvimento das instituições. Mas, mais importante, levo para este novo ciclo a resiliência na ação acompanhada pelo diálogo e pelo tempo”, sublinhou ainda Mário Centeno. 

BdP deve ser cada vez mais ativo e exigente na regulação e supervisão 

Intervindo também na cerimónia, o ministro de Estado e das Finanças, João Leão, defendeu, por seu lado, que o Banco de Portugal deve ter “um papel cada vez mais ativo e exigente” na regulação e supervisão bancárias, “para evitar comportamentos que possam afetar a estabilidade financeira do país”.

O ministro, que sucedeu a Centeno na pasta das Finanças do atual Governo, sublinhou que Portugal está hoje “melhor preparado para enfrentar o futuro”, nomeadamente no contexto da crise gerada pela pandemia, referindo que “nos últimos cinco anos, os bancos ajustaram e reforçaram os seus balanços, recuperaram rendibilidade e captaram mais depósitos”, convergindo com os padrões europeus e revelando indicadores de liquidez e rentabilidade que estão mesmo acima da média europeia.

“O setor financeiro é fundamental para assegurar a estabilidade do financiamento da economia, das famílias e das empresas”, lembrou João Leão, acrescentando que “um setor financeiro robusto é fundamental para a criação de oportunidades de emprego e riqueza”.

Todavia, apontou, a nova liderança do Banco de Portugal assume funções “num quadro extremamente exigente para a economia nacional e mundial”, em virtude da crise pandémica, que requer “uma reação política coordenada e urgente em todas as frentes para apoiar as pessoas e as empresas em risco”.

Neste sentido, o ministro das Finanças destacou três desafios em áreas de atuação do Banco de Portugal: a política monetária, a estabilidade financeira e o financiamento da economia.

Lembrando que crise de 2008, que se prolongou em Portugal até meados da década de 2010, “trouxe enormes desafios à estabilidade financeira e expôs a fragilidade do sistema financeiro”, João Leão sublinhou a importância de, perante a atual crise, “evitar a fragmentação financeira da zona euro”, garantir um setor bancário “mais capitalizado” e “mecanismos de supervisão mais fortes”.

“Conhecemos a história, não a queremos repetir”, concluiu, realçando que “a escolha de Mário Centeno para Governador contribuirá para que o país esteja representado ao mais alto nível entre os Governadores dos bancos centrais da zona euro”.