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Lisboa é exemplo de investimento público sustentável

Lisboa é exemplo de investimento público sustentável

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, defendeu hoje a necessidade de desmontar o “bloqueio ideológico” que tem tolhido o debate em torno do investimento público nos últimos anos, destacando que o município a que preside é um bom exemplo de como é possível conciliar investimento e redução do endividamento.
Lisboa é exemplo de investimento público sustentável

“Na sociedade portuguesa, ao longo dos últimos 15 anos, esta combinação de palavras – investimento público – tem sido votada ao ostracismo, como se todos os investimentos públicos fossem algo a evitar”, lamentou o autarca de Lisboa, durante o seminário “Investimento Público Sustentável – Efeitos na Alavancagem da Economia”, que decorre esta segunda-feira, na União de Associações de Comércio e Serviços.

Na sua intervenção, Fernando Medina criticou “uma retórica sobre investimento que, no seu global, é adversária do progresso” do país, lamentando que o debate sobre os benefícios resultantes de um investimento sustentável tenham praticamente desaparecido do debate público.

“O debate é o de que não o devemos realizar, de que não são evidentes as suas vantagens e mais a mais isso nem interessa muito porque não conseguimos financiar e portanto é melhor encostar o assunto aqui ao lado”, afirmou, contrapondo que o investimento em curso em Lisboa é a melhor resposta ao enviesamento desse debate.

“Lisboa é provavelmente das cidades onde se está a investir mais, mas em simultâneo estamos a reduzir passivo, o endividamento municipal. Perguntam-me, qual é o milagre das rosas? Não há nenhum milagre, há simplesmente o facto de manter o equilíbrio entre receitas e despesas”, afirmou.

Fernando Medina explicou a estratégia da autarquia, que está “a canalizar o grande excesso de receitas extraordinárias”, que provêm do mercado imobiliário, não para aumentar a despesa corrente do município, que se mantém “amarrada nos patamares dos níveis de segurança”, mas “para reduzir a dívida e também para investir”.

“Temos de ultrapassar esta retórica, temos de nos concentrar se é ou não essencial este tipo de investimento público, que benefícios traz do ponto de vista da economia, da qualidade de vida, da coesão e do progresso da sociedade. E se é relevante, vamos encontrar as formas sustentadas para o realizar e financiar de forma sustentável”, defendeu o autarca socialista.