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Vagas no ensino superior aumentam no próximo ano letivo

Vagas no ensino superior aumentam no próximo ano letivo

O acesso ao Ensino Superior vai observar, para o ano letivo de 2020/21, um aumento do número de vagas para 52.129, destacando-se um crescimento de mais 240 vagas nos cursos com maior concentração de melhores alunos, em Lisboa e no Porto, o que representa mais 16% face ao ano anterior.
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No âmbito do regime geral de acesso serão disponibilizadas um número total de 52.129 vagas, incluindo 51.408 destinadas ao concurso nacional e 721 destinadas aos concursos locais.

Segundo a lista, o Porto vai abrir, no total, 4.173 vagas, ganhando 142 novos lugares, a maioria dos quais na Faculdade de Engenharia, que vai poder receber no próximo ano mais 110 alunos.

“O Porto tem muitos casos de cursos com elevada procura por parte de alunos de excelência, mas foi pedido, por falta de capacidade interna, o reforço da Engenharia Eletrónica e das Ciências da Computação, em vez da Arquitetura e Direito”, explicou o da tutela, Manuel Heitor.

Já na Universidade Nova de Lisboa há um reforço no âmbito das competências digitais e das ciências de dados, com a Faculdade de Ciências e Tecnologias a somar mais 17 vagas e o Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação a disponibilizar mais 14 lugares.

Por outro lado, também a Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa cresce em número de vagas, de 390 para 426, um aumento que estará relacionado com a elevada procura por alunos de excelência.

Olhando para os dados referentes ao concurso nacional de acesso ao ensino superior público, o ministro destaca também o aumento nas zonas do interior e nos institutos politécnicos.

De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o número de vagas disponibilizadas nas instituições localizadas em regiões com menor pressão demográfica cresce 2%, quando comparado com o ano letivo anterior, enquanto o número de vagas nas demais regiões cresce 0.8%. Já número de vagas nos institutos politécnicos aumenta 1.3%, com o governante a sublinhar que este incremento traduz uma cada vez maior valorização e modernização destas instituições.

No global, regista-se um aumento de 1% face ao número de vagas disponibilizadas no ano anterior, uma tendência que, segundo Manuel Heitor, acompanha a cada vez maior procura.

“Este ano atingimos, pela primeira vez, metade dos jovens de 20 anos residentes em Portugal a estudar no ensino superior. Se isso nos deve orgulhar, também sabemos que não chega e que temos de estudar mais”, sublinhou o ministro.

O prazo de candidatura à 1ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior público decorre entre 7 e 23 de agosto, mais tarde do que habitualmente, devido à pandemia de covid-19, que obrigou também ao adiamento do calendário de exames nacionais.

Ministro quer mais oferta em Medicina

Manuel Heitor considerou ainda que a manutenção das vagas para os cursos de Medicina, por decisão das instituições, torna clara a necessidade de discutir o alargamento da oferta de ensino nesta área.

“Isto é uma mensagem claríssima que a abertura e a diversificação do ensino da Medicina deve ser feita através de novas ofertas por outras instituições, públicas e privadas”, disse o governante, dando o exemplo das universidades de Aveiro e Évora, que não dispõe deste curso, ou da Universidade Católica Portuguesa, que tem submetido pedidos de acreditação nesse sentido.

Recorde-se que, este ano, o Governo abriu às faculdades de Medicina a possibilidade de aumentarem o número de vagas no ano letivo 2020/21, em até 15%, mas que entre as nove instituições com cursos em Portugal, só a Universidade dos Açores optou por disponibilizar mais vagas no próximo ano, aumentando de 38 para 44 o número de lugares.

“Temos de, gradualmente, ir garantindo a capacitação de outras instituições para abrirmos mais o ensino da Medicina, assim como reforçar as outras áreas da saúde naquilo que é o contexto da necessidade de abrir o ensino superior e ir dando mais oportunidades aos portugueses para se formarem nas mais variadas áreas”, sublinhou o ministro.