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Uma verdade inconveniente

Uma verdade inconveniente

A política de austeridade “além da troica” imposta pelo governo da direita, em vez de diminuir, fez disparar o peso da dívida. A redução da dívida era a meta das metas deste governo. Infelizmente, se em 2010 a dívida pública estava nos 96% do PIB, hoje, apesar de terem privatizado tudo que havia para privatizar, o peso da dívida já ultrapassou os 130%!
Uma verdade inconveniente

Quando chegou a Lisboa, António Costa recebeu do PSD uma Câmara endividada. Em vez de se queixar da herança, em vez de cortar nos direitos das pessoas, enfrentou com rigor as verdadeiras causas do problema da dívida municipal. Conseguiu assim, entre 2007 e 2014, que a dívida de Lisboa baixasse 40,5%. Estamos a falar de menos 420,3 milhões de euros, valor que já inclui as receitas do terreno do aeroporto, é certo, mas também as dívidas à Bragaparques – outra herança do PSD que António Costa resolveu.    

São factos que constam das Demonstrações Financeiras da Câmara Municipal de Lisboa de 2007 (páginas 8 e 191) e do Relatório e Contas da Câmara Municipal de Lisboa de 2014 (página 101). É uma verdade muito inconveniente para a direita que ainda nos governa. Porque os portugueses começam a perceber que há um outro caminho, mais justo e mais eficaz, para equilibrar as contas públicas.  

Foi por isso que esta semana apareceu, uma vez mais, o PSD, pela voz do deputado e vereador António Proa, a tentar contrariar factos e criar ruído na comunicação entre o PS e o país. António Proa disse, de novo, que a redução da dívida em Lisboa era apenas de 25%. Ora, uma mentira repetida muitas vezes não se torna verdade. Continua a ser uma mentira. 

É certo que uma redução de 25% da dívida seria sempre um resultado muito melhor do que o aumento de 34 pontos percentuais, que foi o que o Governo do PSD conseguiu a nível nacional. Mas o que baixou 25% foi o passivo do município (se incluirmos permutas). Comparando o que é comparável, isto é, retirando dos números de 2014 o impacto que não existia em 2007 da recente passagem para a Câmara do passivo da EPUL, empresa onde o PSD colocava a sua gente e ocultava as dívidas do município, a dívida legal da Câmara baixou mesmo 40,5% de 2007 para 2014.