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UE prepara fundo de 700 milhões para ajuda humanitária

UE prepara fundo de 700 milhões para ajuda humanitária

A União Europeia deverá aprovar hoje um fundo de apoio financeiro no valor de 700 milhões de euros, distribuídos pelos próximos três anos, para responder às operações de socorro humanitário mais prementes relacionadas com a crise dos refugiados. A proposta surge quando o encerramento unilateral de várias fronteiras está a deixar milhares de pessoas bloqueadas na Grécia e na Macedónia e tarda em ser encontrada uma eficaz resposta política comum a nível europeu.
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“A Europa está à beira de uma crise humanitária auto-induzida.” O alerta vem do alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que sublinha que a situação que se vive na Grécia poderá fazer deste país o palco de uma crise humanitária provocada em grande parte pela falta de solidariedade europeia e pela incapacidade dos Estados-membros para aplicarem as medidas tomadas.

Esta situação de emergência levou já o Governo grego a apelar a uma resposta solidária comum e à disponibilização imediata pelas autoridades europeias de um apoio financeiro de urgência para assistência humanitária aos cerca de 27 mil refugiados que se encontram no país, em condições de alojamento, alimentação e sanitárias crescentemente precárias.

O apoio humanitário que deverá ser hoje aprovado coincide com o périplo que o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, se prepara para realizar junto de alguns Estados-membros onde as questões fronteiriças e a pressão do fluxo de refugiados se tem feito sentir de forma mais acentuada, antecipando a cimeira extraordinária da próxima segunda-feira sobre este tema.

Portugal disponível para acolher

O ministro dos Negócios Estrangeiros português reafirmou, na passada sexta-feira, que Portugal “está disponível para acolher na ordem da dezena de milhar” de refugiados, número que ultrapassa em dobro a quota inicialmente atribuída ao país, ao abrigo do programa de recolocação comunitária.

No final do terceiro encontro do Grupo Informal do Mediterrâneo, em Chipre, Augusto Santos Silva salientou que a posição portuguesa está em comunhão com o que deve ser a obrigação de qualquer Estado-membro da União Europeia em “contribuir para a resolução conjunta dos problemas que minam essa União”.

O governante lembrou que “nenhum país europeu está imune às consequências de um fluxo de refugiados ou de uma corrente migratória descontrolada, seja porque é um país de destino dos refugiados, como a Alemanha, Suécia ou Dinamarca, seja porque é um país de trânsito ou um país de origem, da primeira chegada à Europa”.

Augusto Santos Silva enfatizou que, perante a crise migratória com que a União Europeia se está a confrontar, “precisamos, no contexto europeu, de acolher centenas de milhares de pessoas que precisam da nossa ajuda”.

Os países europeus têm de “tornar efetivo o que dizem nas palavras «solidariedade europeia»”, afirmou ainda o ministro português.