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Trabalhos de recuperação prontos a arrancar no Mondego

Trabalhos de recuperação prontos a arrancar no Mondego

O Ministério do Ambiente e da Ação Climática anunciou que os trabalhos de recuperação do dique afetado no leito central do rio Mondego estão a postos para arrancar, aguardando apenas que a estrada de acesso fique transitável, o que poderá acontecer ainda esta quinta-feira.
Trabalhos de recuperação prontos a arrancar no Mondego

O ministro João Pedro Matos Correia tinha já adiantado, na segunda-feira, que o Governo iria assegurar uma intervenção de urgência para começar a recuperar os dois diques que cederam no Mondego, em Montemor-o-Velho, em consequência do mau tempo extremo, afirmando esperar que os trabalhos fiquem “completamente” concluídos no prazo de dois meses.

O governante notou que os diques suportaram uma pressão de água muito superior àquela para a qual tinham sido projetados e frisou que “a situação não foi mais grave pelo extraordinário trabalho de manutenção” realizado no local, nomeadamente com o investimento realizado de “cinco a seis milhões de euros” na limpeza de leitos periféricos e com a obra de desassoreamento do Mondego frente à cidade de Coimbra.

O mau tempo, provocado pela depressão ‘Elsa’, entre quarta e sexta-feira da semana passada, a que se juntou no sábado a depressão ‘Fabien’, provocou quase 12 mil ocorrências no território nacional, com condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica, atingindo em especial a região Centro.

No rio Mondego, a rutura de dois diques provocou cheias em Montemor-o-Velho, onde várias zonas foram evacuadas e uma grande área, incluindo muitas plantações, estradas e o Centro de Alto Rendimento, ficou submersa.

Minimizar impacto das cheias na região

A ministra da Agricultura, por seu lado, adiantou que Governo pretende encontrar soluções para minimizar os impactos das cheias no Baixo Mondego, como as que se observaram na última semana, nomeadamente através de um investimento no sistema de regadio.

“Temos que olhar para o sistema [de regadio] montado e que protege esta população e os campos agrícolas para tentar encontrar soluções que minimizem os impactos de situações de cheia como esta e, com base nisso, não comprometamos a economia do Baixo do Mondego”, disse Maria do Céu Albuquerque, após uma visita a Montemor-o-Velho, para se inteirar da situação no terreno.

“Estas situações vão ser cada vez mais frequentes. Este é um efeito claro das alterações climáticas, em que secas severas dão lugar a situações como esta de forte precipitação em que os terrenos não são capazes de fazer a absorção da água”, sublinhou.

Maria do Céu Albuquerque referiu, igualmente, que há ainda disponibilidade do Programa Nacional de Regadio (com dotação orçamental de 560 milhões de euros) para abrir um terceiro aviso, podendo ser mobilizados alguns recursos financeiros desse programa para a zona do Baixo Mondego.

Relativamente aos apoios aos agricultores afetados pelas cheias na região, a ministra referiu que ainda é prematuro falar de ajuda financeira, sendo necessário primeiro fazer um levantamento exaustivo dos prejuízos, assim que as condições no terreno o permitirem.

“O PDR 2020 tem mecanismos que podem ser disponibilizados se os prejuízos forem superiores a 30% nesta área. Esse e outros mecanismos podem ser acionados caso se justifique”, acrescentou.