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Testes de despiste vão abranger lares de todo o país

Testes de despiste vão abranger lares de todo o país

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou ontem que o aumento da capacidade de realização de testes à Covid-19 vai ter um foco específico nos lares de terceira idade, sendo objetivo do Executivo e das autoridades de saúde que "na próxima semana" seja possível cobrir todo o território do país com iniciativas de despiste nestes equipamentos sociais.
Testes de despiste vão abranger lares de todo o país

“O objetivo que temos é na próxima semana podermos conseguir cobrir o país com estas iniciativas, mobilizando os laboratórios universitários e a capacidade instalada nas nossas universidades e nos nossos politécnicos para este esforço”, adiantou, à margem da visita que efetuou a dois hospitais de retaguarda em Lisboa.

De acordo com o líder do Governo, “há múltiplas iniciativas que estão em curso”, de que é exemplo a que partiu do Instituto de Medicina Molecular (IMM), em Lisboa, que “desenvolveu uma metodologia e um teste próprio e que o disponibilizou para ele poder ser utilizado”.

“Aquilo que nos pareceu foi que, nas várias hipóteses que havia, valia a pena focar esta iniciativa, que só no IMM tem uma capacidade de cerca de 300 testes por dia – uma capacidade limitada relativamente ao universo das necessidades – e portanto tínhamos que focar essa disponibilidade. Definimos um universo específico: os lares da terceira idade”, explicou.

António Costa referiu que o Governo tem vindo a conseguir articular “o IMM com outras instituições universitárias de outras regiões do país, de forma a poder multiplicar esta capacidade também a outras localidades”.

“Vários municípios têm anunciado que eles próprios têm vindo a organizar a capacidade da realização de testes. O caso mais visível foi o Porto, cujo presidente da Câmara foi particularmente ativo na construção de uma iniciativa focada nos lares da cidade do Porto”, referiu. Para o primeiro-ministro, “é muito importante que este esforço exista e seja orientado”.

Mais de 36.000 testes realizados até 25 de março

De acordo com os dados oficiais, até ao dia 25 de março, foram já realizados 36.677 testes à Covid-19 em todo o país, num esforço que envolve laboratórios públicos e privados.

“A capacidade laboratorial tem aumentado ao longo da epidemia”, com um “crescimento expressivo do número de testes” desde 15 de março, tendo no dia 25 de março sido analisadas 5.100 amostras, revelou ontem o secretário de Estado da Saúde.

António Lacerda Sales ressalvou, no entanto, que os dados disponíveis são ainda provisórios, adiantando que no âmbito do reforço de capacidade vão chegar esta semana a Portugal mais 200.000 testes, que se somam aos 66.000 recebidos na semana passada, incluídos em abastecimentos que incluem também equipamento de proteção individual destinado a profissionais.

Plataforma Trace da DGS com mais de 30 mil inscritos

Mais de 30.000 pessoas já se inscreveram na plataforma Trace Covid-19, um sistema criado pela Direção-Geral de Saúde (DGS) que permite aos profissionais de saúde acompanharem doentes com suspeita ou confirmação da doença.

A plataforma entrou em vigor na passada quinta-feira e já observou mais de 30 pessoas inscritas, que têm estado a ser testadas em diversos contextos, revelou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

“As pessoas que estão a aguardar teste vão continuar a aguardar com toda a tranquilidade”, apontou, explicando que as pessoas vão ser contactadas remotamente por profissionais de saúde que vão acompanhar o seu estado de saúde.

“Se entre contactos médicos ou de enfermagem para saber o seu estado de saúde”, este se agravar, as pessoas deverão ligar para a linha Saúde 24 e se esse “agravamento for muito evidente”, procurar o 112, explicou.

A plataforma informática Trace COVID-19, desenvolvida pela DGS e pelos Serviço Partilhados do Ministério da Saúde, permite apoiar os profissionais dos Cuidados de Saúde Primários, bem como a Saúde Pública, para realizarem registo detalhado de informação específica sobre os casos, respetivo rastreio de contactos, vigilância ativa e passiva e também acompanhamento clínico.