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SNS com reforço de camas e profissionais de cuidados intensivos

SNS com reforço de camas e profissionais de cuidados intensivos

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou no sábado, no âmbito das novas medidas de combate à pandemia, o reforço das unidades de cuidados intensivos com 202 camas e a contratação de mais 350 enfermeiros.

Falando aos jornalistas após o Conselho de Ministros extraordinário que decidiu novas medidas restritivas para controlar o aumento de casos de infeção com Covid-19 no país, o líder do Governo avançou que as Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) vão ser reforçadas já no imediato com 52 camas, outras 50 até ao final de dezembro e as restantes 100 no primeiro trimestre de 2021.

Já os novos enfermeiros para as UCI vão ser contratados num “regime excecional” e o “concurso agora aberto” terá até 350 vagas.

“Não serão contratados a termo, mas são diretamente contratados para integração na carreira de forma a que seja um concurso que incentiva mais enfermeiros a concorrer”, disse António Costa, frisando que o concurso decorre em paralelo com os concursos para a contratação de novos médicos, estando em curso a colocação nos hospitais de 48 médicos intensivistas e sendo aberto em janeiro um novo concurso para a formação de mais 46.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro avançou que atualmente o SNS tem “ainda 362 camas com capacidade para acolher novos doentes covid, uma capacidade que está previsto ser aumentada à medida do que for sendo necessário.

“É evidente que, se continuar a subir esta pandemia, aquelas 362 camas vão crescer para podermos acomodar mais doentes covid. Mas esse crescimento será feito necessariamente à custa das camas que estão disponíveis para outro tipo de patologias”, alertou, dando conta que as Unidades de Cuidados Intensivos têm atualmente uma reserva de 70 camas para doentes com covid-19.

António Costa frisou que, em caso de necessidade, a capacidade das UCI pode ser alargada com recurso a mais 505 camas, afetas a doentes com Covid-19, advertindo, no entanto, para a importância de pressionar o menos possível a capacidade de resposta do SNS.

Contratação de enfermeiros reformados

Outra das medidas anunciadas pelo primeiro-ministro passa pela contratação de enfermeiros reformados para rastreios de contactos da Covid-19, indicando que a mesma será feita de forma idêntica aos médicos reformados, para exercer funções nas unidades de saúde pública das administrações regionais de saúde e das unidades locais de saúde.

“Estamos também a proceder à contratação, e decidimos hoje fazer isso, de enfermeiros reformados, destinando-os preferencialmente às equipas de rastreamento dos contactos em condições idênticas às que já são adotadas desde o início do ano para a contratação de médicos reformados”, precisou.

No âmbito do reforço da capacidade de resposta do SNS, António Costa avançou também que está a ser feita a reativação de espaços de retaguarda para que sejam retirados dos hospitais doentes que podem ser tratados noutros locais.

“Temos vindo a desenvolver um esforço muito grande em resolver o problema das chamadas altas sociais, pessoas que já têm uma alta clínica, mas porque não têm condições de habitabilidade ou porque não têm um local de habitação vão ficando no hospital”, disse.

De acordo com António Costa, no âmbito deste programa dos ministério da Saúde e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, já foram recolocadas 800 pessoas e, nas próximas semanas, outras 396 pessoas vão ser retiradas do hospital e realojadas em outros espaços.

Na sua intervenção inicial, o primeiro-ministro advertiu que, se nada for feito para travar o crescimento da pandemia, o aumento de infeções “conduzirá a uma pressão insustentável no SNS e a um agravamento da saúde pública”.

O chefe do Governo apontou também para o aumento de testes diários realizados, de uma média de 2.578 em março para 24.397 em outubro, tendo sido o passado dia 20 aquele que registou o maior número, com um total de 32.717.

Ainda a respeito de testes, o primeiro-ministro afirmou que, no dia 9, vai arrancar o protocolo com a Cruz Vermelha, que prevê o aumento da capacidade de testagem rápida antigénio, com vista a despistar pessoas em risco de estarem infetadas, e que, apesar de terem menos precisão em relação aos testes PCR, podem “responder rapidamente à generalidade das situações” a encaminhar para os serviços.

António Costa fez também uma referência à aplicação Stayaway Covid, que descreveu como “uma ferramenta essencial para controlar a pandemia”, assinalando que e mesma conta já com 2.451.851 descargas.