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Simplesmente, Maria

Simplesmente, Maria

Assumidamente perturbada com os novos cartazes do Partido Socialista, a senhora ministra das Finanças do governo da direita, num encontro com elementos da JSD, deixou que a boca, como diz o povo, “lhe fugisse para a verdade”, falando sobre a “necessidade” de fazer mais cortes nas pensões já constituídas dos reformados e pensionistas. Uma verdade absolutamente inconveniente para os interesses eleitorais da recém-constituída coligação PSD-CDS, que, perante o deslize da senhora ministra, tentou assobiar para o ar: “Cortes? Não, que ideia!”. O ex-“partido dos contribuintes” (o PP) veio a seguir dizer que cortes só com o apoio do PS. Ora, sobre isso, estamos esclarecidos, e podem os portugueses ficar descansados. A resposta do PS – claramente definida pelo próprio Secretário-geral – é só uma e tem três letrinhas: Não!
Simplesmente, Maria

Ora bem, o que afetou tanto a senhora ministra que até a levou, imagine-se, a abrir o seu coração e a falar a verdade? A explicação podem ser, então, os novos cartazes do PS, com a frase “Trabalhar com RIGOR para as pessoas”. Cartazes que a Dra. Maria Luís considera “extraordinários”. É que a nossa direita tem a ideia que o rigor é património seu. O seu discurso é, aliás, claro: o rigor “deles” vs o despesismo socialista. É o discurso do medo, o discurso de confundir, como se tal fosse possível, o PS com o Syriza, arrumados na prateleira dos “contos de crianças”. O discurso do caminho único e da falta de alternativa. É um discurso pouco original, diga-se, mas sobretudo que não resiste ao confronto com a realidade e com a substância das coisas.

Ora o que ataranta a nossa tão formatada direita e a Dra. Maria Luís, em particular, é que o PS surge perante os portugueses com uma alternativa de confiança, sólida e credível, no respeito dos compromissos internacionais do Estado português. O caminho que o PS propõe – e prova ser possível – é um caminho que passa pela permanência no Euro e por uma aposta no reforço da Europa. O caminho do PS é o caminho do RIGOR, mas (e este “mas” é todo um programa que nos distingue da direita) um rigor ao serviço das pessoas, ao serviço dos portugueses.

A crise combate-se fazendo crescer a economia e promovendo a qualificação dos portugueses. A receita do arrefecimento da economia e do empobrecimento – seguida pela direita ao longo dos últimos quatro anos – falhou, falhou clamorosamente e conduziu à atual situação, socialmente inaceitável.

A direita a que temos direito sofre de um problema de raiz: confunde reformas com cortes. A Dra. Maria Luís e o seu governo acham que reformar a Segurança Social é cortar pensões. O governo acha que fez reformas porque fez muitos cortes. É essa a sua ideia de rigor. O rigor que o Partido Socialista defende é aquele que combate o mal na raiz e resolve os problemas estruturalmente, com políticas orientadas, com persistência e com continuidade nessas políticas. É toda uma diferença de perspetiva.

Duarte Moral