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Seria “incompreensível” que OE2020 não fosse viabilizado pela esquerda

Seria “incompreensível” que OE2020 não fosse viabilizado pela esquerda

O presidente do PS, Carlos César, voltou hoje a defender que “seria incompreensível que o Orçamento do Estado não fosse viabilizado por uma maioria [de esquerda] que o povo escolheu para garantir a estabilidade e governar o país”.
Plano estratégico de recuperação do país é um roteiro que oferece escolhas políticas

No primeiro programa da rádio TSF ‘Almoços Grátis’ do ano de 2020, Carlos César relembrou o resultado das eleições legislativas de outubro, onde “o Partido Socialista saiu reforçado” e “a direita claramente derrotada”, para sublinhar que Bloco de Esquerda e PCP “só perderam dezenas de milhares de apoiantes porque estes estavam preocupados justamente com a estabilidade”.

Ora, “inviabilizando o Orçamento do Estado, o Bloco e o PCP dariam razão aos que já não votaram com essa dúvida, pela suspeita de que esses partidos não contribuiriam para uma solução estável e de esquerda”, alertou o presidente do PS, considerando natural que o PCP tenha anunciado hoje que se vai abster na votação do documento na generalidade, na próxima sexta-feira.

E acrescentou: “Não havendo acordos escritos, o que é natural é que esses partidos não se responsabilizem ativamente pelo conjunto de uma política, mas noutro plano responsabilizem-se por assegurar a estabilidade e um exercício de Governo que contempla matérias nas quais se possam rever o suficiente para garantir a estabilidade e a continuidade governativa”.

PSD “esgota-se em críticas” e não dá alternativas

Sobre o anúncio por parte do PSD de que irá votar contra o Orçamento do Estado para 2020, na generalidade, Carlos César comentou que essa é uma posição que não traz “qualquer novidade”. “O PSD fez o mesmo que sempre tem feito: esgota-se em críticas e não se esforça em alternativas”, lamentou.

O presidente do PS garantiu que, “ao contrário do que diz o PSD, o Orçamento do Estado tem claro sentido estratégico”, tal como ficou claro no “programa do Governo, no anúncio das prioridades subsequentes para a política orçamental e na própria proposta” orçamental.

E frisou as áreas das alterações climáticas, dos desafios demográficos, da transição para a sociedade digital, na aposta na inovação, no tratamento das questões relativas às desigualdades e à pobreza, no acréscimo de dotações e de atenção para o funcionamento e a qualidade dos serviços públicos, na prioridade dada ao emprego, na economia, na redução da dívida e nas políticas para a presidência europeia.

Carlos César atribuiu depois a posição dos social-democratas aos “desafios de natureza interna” do partido, que vai a eleições diretas no próximo sábado: “A acusação principal dos adversários do doutor Rui Rio é que ele é frouxo e claudica perante o Partido Socialista e, portanto, essa sua declaração muito perentória contra o Orçamento do Estado é um pouco referenciada nessa sua necessidade de se libertar dessas críticas”.

Sobre a campanha interna no PSD, Carlos César referiu que não teve “o destaque que outras eleições internas, no PSD até, e no Partido Socialista tiveram em ocasiões passadas”.

“Ficámos a saber o que cada candidato pensa do Partido Socialista, mas ficámos sem saber o que cada candidato pensa do país”, observou.

Oiça aqui o programa de hoje.