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“São precisas mais mulheres na economia digital”

“São precisas mais mulheres na economia digital”

A deputada socialista Edite Estrela alertou hoje, em Bruxelas, para a subrepresentação que ainda persiste na participação de mulheres nas áreas das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), que representam uma chave fundamental para o futuro, sustentando que "são precisas mais mulheres na economia digital".
"São precisas mais mulheres na economia digital"

Intervindo num dos painéis de debate da reunião interparlamentar da Comissão FEMM – Direitos das Mulheres e da Igualdade de Género – do Parlamento Europeu, dedicada ao tema “Capacitação de mulheres e raparigas em media e TIC: A chave para o futuro”, Edite Estrela começou por referir a subrepresentação ainda patente nas áreas relacionadas com as TIC, que acolhem apenas 29% das mulheres com formação universitária e só 19% em cargos de chefia.

Um cenário igualmente acentuado em Portugal, onde apesar “das mulheres representarem 54% dos alunos universitários”, a representação em cursos TIC é de apenas 18%.

“São precisas mais mulheres na economia digital”, defendeu Edite Estrela, assinalando, todavia, que no exemplo português, apesar destes números, existem já “muitas mulheres empreendedoras no domínio digital ou nas startup”.

“Portugal tem feito, aliás, um grande investimento na sociedade digital e no empoderamento das mulheres, adotando medidas de apoio às mulheres empreendedoras. A educação, a inovação e a ciência são a prioridade das políticas públicas”, sublinhou.

A parlamentar portuguesa lembrou ainda, oportunamente, o estudo publicado pela Comissão Europeia em 2013, segundo o qual seria possível aumentar o PIB europeu em 9 mil milhões de euros se os postos de trabalho fossem distribuídos de forma igual entre homens e mulheres. No mesmo sentido, acrescentou, a comissária europeia para a Economia Digital, Mariya Gabriel, também interveniente no debate, aludira já a “um aumento potencial do PIB em 16 mil milhões de euros se as mulheres participassem na economia”.

“Dados e percentagens impressionantes” que, na opinião de Edite Estrela, reforçam o protagonismo que as mulheres devem também assumir neste desafio que desenha o futuro coletivo, acompanhando as mudanças da nova revolução industrial, da robótica e da inteligência artificial e os riscos que lhe estão inerentes.

“Se queremos evitar que este mundo novo reproduza e até agrave as desigualdades e exclusões já existentes, é preciso tomar medidas urgentes”, sustentou.

À margem da participação na reunião da comissão FEMM, que se realizou em Bruxelas, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, Edite Estrela teve ainda oportunidade de manter uma série de encontros com vários deputados da delegação socialista no Parlamento Europeu, nos quais foram abordados alguns dos assuntos mais relevantes da agenda europeia, entre os quais a deslocação do primeiro-ministro português, António Costa, a Estrasburgo, no próximo dia 14 de março.