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Reunidas condições para fechar acordo do ‘Brexit’ e trabalhar na relação futura

Reunidas condições para fechar acordo do ‘Brexit’ e trabalhar na relação futura

O primeiro-ministro português, António Costa, afirmou hoje que, estando reunidas as condições políticas para aprovar um acordo de saída do Reino Unido da União Europeia, à luz dos resultados das eleições britânicas, importa agora avançar rapidamente nas negociações sobre o quadro de relação futura, com desejável estabilidade.
Reunidas condições para fechar acordo do ‘Brexit’ e trabalhar na relação futura

As eleições legislativas no Reino Unido, realizadas esta quinta-feira, conferiram uma maioria clara ao Partido Conservador do atual primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que assumiu o compromisso de que o ‘Brexit’ irá avançar no dia 31 de janeiro.

“Esperemos que agora que o acordo de ‘divórcio’ tem condições de ser aprovado, que a parte verdadeiramente importante, que é estabelecer a relação futura, se quiser a relação de ‘poder paternal’, decorra agora de uma forma mais rápida, sobretudo menos contenciosa, com mais estabilidade, porque essa é a fase verdadeiramente importante”, declarou António Costa.

O líder do Governo português indicou que os líderes dos 27, reunidos em Bruxelas, no Conselho Europeu, atribuíram um mandato a Michel Barnier, o negociador-chefe para o Acordo de Saída, para “iniciar agora a fase verdadeiramente importante desta negociação”, que é o quadro do relacionamento futuro entre UE e Reino Unido.

“O problema até agora era o senhor Johnson não ter uma maioria na Câmara dos Comuns. Com os resultados de ontem [quinta-feira], é inequívoco que tem uma maioria na Câmara dos Comuns, portanto não vejo razões para que não possamos finalmente estar tranquilos”, disse.

António Costa lembrou o que mais dificultou o longo processo negocial para a consumação da saída do Reino Unido do bloco europeu não foram divergências entre UE e Reino Unido, até porque a União Europeia “conseguiu entender-se com o [antigo] primeiro-ministro [David] Cameron, conseguiu entender-se duas vezes com a primeira-ministra [Theresa] May, conseguiu entender-se com Johnson”.

“O problema foi sempre a falta de entendimento dentro do Reino Unido relativamente ao entendimento que cada um deles estabelecia com a UE. Agora que há uma maioria clara creio que esse problema está ultrapassado. Portanto, evitámos com sucesso o risco de um ‘Brexit’ desordenado. Acho que isto é uma boa notícia para a Europa, mesmo para aqueles que, como eu, lamentam que o ‘Brexit’ exista. Mas ao menos não será de uma forma desordenada”, sustentou.

Quanto ao futuro, defendeu ser “necessário avançar rapidamente” nas negociações com Londres, para garantir a relação mais próxima possível entre a UE e o Reino Unido, que lembrou ser o “mais próximo vizinho”, o “principal aliado” e “o principal parceiro económico” da União Europeia.