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PSD termina Congresso “sem uma única proposta concreta” para o país

PSD termina Congresso “sem uma única proposta concreta” para o país

O presidente do Partido Socialista notou a ausência de propostas no discurso do líder do PSD ao Congresso social-democrata, que decorreu este fim de semana, em Viana do Castelo. O PS esteve representado por Carlos César e pelo Secretário-geral adjunto, José Luís Carneiro, no encerramento a reunião magna do PSD.
PSD termina Congresso “sem uma única proposta concreta” para o país

“Este Congresso do PSD é um pouco mais do mesmo”, resumiu Carlos César, desafiando os próprios jornalistas “a encontrarem uma proposta nova que tenha constado hoje do discurso do líder do PSD” e lamentando “que se acabe um Congresso sem uma única proposta concreta.”

Acusando Rui Rio de ter proferido um discurso pautado por “inverdades sucessivas, o presidente do PS lembrou que Portugal vive um momento em que “o investimento cresce”, “as exportações crescem” e que “acabámos de aprovar um Orçamento do Estado muito referenciado pelo conjunto de medidas que têm a ver com o futuro dos nossos jovens”.

Carlos César foi mais ainda longe, afirmando que “o líder do PSD acabou de fazer um discurso que retirou do congelador, dizendo tudo aquilo que poderia ter dito em 2015”, e que “naquilo em que foi inovador, atingiu em algumas fases o delírio”. E explicou: “é absolutamente delirante dizer que temos em Portugal um Governo marcado pela ideologia comunista”, fazendo notar que o PS tem uma posição de referencial de estabilidade à esquerda “como elemento moderador da concertação social”. 

Ainda no campo ideológico, o presidente socialista devolveu a crítica, explicando que “o PSD, um partido que embora se reclame do centro, é hoje o cabeça de série da direita em Portugal, é com os partidos da direita que pretende constituir Governo e entende mesmo que só com eles o pode fazer”. 

Contradições do PSD 

Carlos César aproveitou ainda para criticar o posicionamento do PSD relativamente à importância do consumo interno, dizendo que Rui Rio “esteve mal ao dizer que o consumo não pode ser um fator de desenvolvimento e de crescimento económico”, lembrando que “um partido que fez da sua melhor proposta no âmbito do Orçamento do Estado a proposta de diminuição do IVA do consumo doméstico de eletricidade, está agora a criticar a possibilidade de o consumo aumentar”. 

Mas esta não foi a única contradição sublinhada pelo PS, com Carlos César a saudar o reconhecimento do PSD da “necessidade de reformar a Justiça”, lembrando que “no âmbito do Ministério da Justiça foi recentemente constituído um grupo de trabalho que o PSD criticou”. 

Por tudo isto, o presidente do PS notou que “o grande problema que o PSD tem é justamente não ser um partido confiável para uma estratégia reformista nem ser um partido responsável”, salientando que o trabalho do Governo socialista “tem tradução estatística”.

“Os rendimentos das famílias aumentaram, os portugueses e as famílias portuguesas nos últimos 4 anos passaram a pagar menos mil milhões de euros de IRS, as nossas empresas estão mais fortes, as contas públicas foram equilibradas e o prestígio do nosso país no exterior é reconhecido e muito salientado em todas as instituições internacionais”, assinalou.