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PRR vai financiar em 500 ME “pequenas grandes obras rodoviárias” transformadoras da coesão e da competitividade

PRR vai financiar em 500 ME “pequenas grandes obras rodoviárias” transformadoras da coesão e da competitividade

As dúvidas e uma certa “alergia” manifestada por Bruxelas em relação a eventuais novos investimentos rodoviários em Portugal, agora com recurso aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), é um cenário ultrapassado, garantiu o primeiro-ministro, lembrando que as propostas sobre novas estradas, passam agora pela construção de “pequenas grandes obras” com um “elevado potencial económico”.

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Intervindo no final da sessão de apresentação do programa de investimentos em infraestruturas no âmbito do PRR, cerimónia que decorreu esta manhã na sede das Infraestruturas de Portugal, no Pragal, concelho de Almada, o primeiro-ministro, que falou depois do presidente da Infraestrutura de Portugal, António Laranjo, e do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, fez questão de desmistificar a ideia de que Bruxelas se opõe a novos investimentos em infraestruturas rodoviárias em Portugal, garantindo que a proposta apresentada pelo Governo no âmbito do PRR passa sobretudo pelo investimento de “500 milhões de euros em múltiplas pequenas obras rodoviárias”, a dispersar um pouco por todo o território nacional, ações que terão, como garantiu, um “impacto económico profundo na dinamização de pequenas e de médias empresas e na criação de emprego”.

Lembrando que as negociações com a Comissão Europeia foram “muito difíceis”, designadamente perante a inflexibilidade de Bruxelas em aceitar que Portugal pudesse avançar com a construção de mais estradas, uma ideia que o primeiro-ministro contesta, lembrando a tese desde sempre defendida pelo Governo e reafirmada pelo ministro do Planeamento, Nelson de Souza, junto das instâncias europeias, de que o país “ainda tem de otimizar a sua rede viária”, dotando o seu território com boas ligações transfronteiriças, o que permitirá “conferir às áreas de localização empresarial as melhores condições de competitividade”.

O primeiro-ministro justificou ainda a construção destas ligações rodoviárias com o objetivo estratégico da redução das emissões de gases com efeito de estufa, lembrando que há muito o Governo defende que “só desviando o trânsito dos centros urbanos”, de forma muito significativa, como sucedeu, nomeadamente, com a construção das variantes de Olhão ou de Évora”, é que o país estará em condições de começar a “combater o fenómeno das alterações climáticas”.

Depois de recordar que a única grande via que vai ser construída com fundos do PRR é a que ligará Beja a Sines, todas as restantes intervenções rodoviárias, como garantiu António Costa, “vão ser em poucos quilómetros”, pequenas obras que representarão, contudo, um passo de enorme importância para a competitividade das empresas e que vão ajudar a “transformar radicalmente o território”.

 

Coesão territorial

O primeiro-ministro fez ainda questão de deixar claro que não é pelo facto de agora se estar a falar de uma quantia apesar de tudo elevada de 500 milhões de euros, “num total de 14 mil milhões de euros do PRR”, que estas pequenas obras de acesso rodoviário “são menos importantes do que outras, entretanto feitas no passado”, garantindo que estas são iniciativas “decisivas para melhorar a competitividade das empresas e a coesão territorial do país”, ao mesmo tempo que vão proporcionar a criação de novas “áreas de localização empresarial mais competitivas e com melhores acessos transfronteiriços”, mas também ajudar a desviar dos centos urbanos uma parte significativa do tráfego que prejudica a qualidade de vida das cidades e dos seus cidadãos.

O chefe do Executivo referiu-se depois às cinco novas ligações rodoviárias transfronteiriças que vão ser criadas no âmbito do financiamento do PRR, voltando a defender a tese da “centralidade do interior do território nacional face aos 60 milhões de consumidores do mercado ibérico”, e na ideia de que a fronteira com Espanha “tem de deixar de ser vista como uma muralha”.

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