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Prémio Norte-Sul distingue defesa dos direitos humanos e acolhimento de migrantes

Prémio Norte-Sul distingue defesa dos direitos humanos e acolhimento de migrantes

A deputada tunisina e ativista dos Direitos Humanos, Mbarka Brahmi, e a autarca da ilha italiana de Lampedusa, Giuseppina Nicolini, foram hoje distinguidas com o prémio Norte-Sul 2016 do Conselho da Europa, numa cerimónia que teve lugar na Assembleia da República.
Prémio Norte-Sul distingue defesa dos direitos humanos e acolhimento de migrantes

A cerimónia, presidida pelo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, decorreu na Sala do Senado do parlamento português, contando com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, da presidente da delegação da Assembleia da República à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, a deputada socialista Ana Catarina Mendes, dos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, Adjunto do primeiro-ministro, Eduardo Cabrita, e da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, e de vários deputados, entre outras personalidades nacionais e europeias.

Na intervenção de abertura da sessão, Ferro Rodrigues aludiu à atual conjuntura mundial de instabilidade política e económica, marcada pela persistência de desigualdades e crises migratórias, defendendo que sem mobilidade, proteção e justiça não pode haver apoio popular à globalização.

“Não é possível esperar apoio popular à globalização se desse processo de integração económica não resultar mais mobilidade social e mais justiça”, declarou acrescentando que a necessidade de existirem estímulos à promoção do comércio livre deve ser acompanhada da garantia de um comércio justo, com “políticas de regulação económica, de proteção social e de cooperação para o desenvolvimento”.

Nesta sua 22ª edição, o prémio Norte-Sul distingue a deputada tunisina pelo seu trabalho em prol de uma transição democrática no país e na defesa dos direitos humanos, enquanto a presidente da Câmara de Lampedusa é agraciada pela sua atuação no acolhimento de migrantes e refugiados.

“Ao premiar anualmente certas personalidades, o Conselho da Europa dá um sinal político de inegável significado. Trata-se de dar nomes e exemplos concretos a causas que são universais”, acentuou Ferro Rodrigues.

O Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa é atribuído anualmente a duas personalidades, uma do norte e outra do sul, que se tenham distinguido pelo empenho na proteção dos direitos humanos, democracia e estado de Direito, contribuindo assim para o diálogo norte-sul e a interdependência.

Entre as personalidades já agraciadas nas edições anteriores, contam-se os ex-chefes de Estado portugueses Mário Soares e Jorge Sampaio, o antigo Presidente moçambicano Joaquim Chissano, o ex-Presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, a moçambicana Graça Machel, o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a política francesa Simone Weil, a rainha Raina da Jordânia, a primeira mulher Presidente da Irlanda, Mary Robinson, a jornalista tunisina Souhayr Belhassen e o artista e ativista irlandês Bob Geldof.