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Portugal quer desbloquear quotas de género nos conselhos de administração

Portugal quer desbloquear quotas de género nos conselhos de administração

A ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, afirmou hoje no Parlamento que Portugal quer aproveitar a presidência do Conselho da União Europeia para desbloquear o “tema difícil” das quotas de género nos conselhos de administração das empresas, sublinhando que a agenda da igualdade assume um “papel central” no reforço do Pilar Social Europeu.
Portugal quer desbloquear quotas de género nos conselhos de administração

“É um tema difícil, que tem muitas divergências, por um lado países que não concordam com a medida, por outros países que acham que devem decidir sozinhos sem uma diretiva da União Europeia que o diga. É um consenso difícil, mas procuraremos dar passos”, adiantou Mariana Vieira da Silva, acrescentando, por outro lado, que está também previsto que venha a ser adotado um conjunto de medidas vinculativas em matéria de transparência salarial.

Na sua intervenção, perante os deputados, no âmbito de uma audição regimental, a ministra lembrou que a presidência portuguesa tem “como uma das suas principais prioridades o reforço do pilar social num contexto de recuperação económica e social e de dupla transição climática e digital”, com a agenda da igualdade a assumir um “papel central” para o modelo social europeu.

Por isso, referiu Mariana Vieira da Silva, foram assumidas três prioridades na área da igualdade e da não discriminação, entre as quais o assinalar dos 10 anos da Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência contras as Mulheres e a Violência Doméstica, mais conhecida como Convenção de Istambul.

“Há estados que ainda não ratificaram, existirá uma decisão sobre a ratificação da União Europeia e necessariamente terão de ser desenhadas medidas caso essa ratificação não seja possível e esse é o trabalho que a Comissão Europeia está a fazer”, disse. “Nós pretendemos contribuir para este debate, atualizar o ponto de situação dos vários países nesta convenção”, acrescentou a ministra.

Para além de garantir que a implementação do Pilar dos Direitos Sociais incorpora a perspetiva de género e tem em conta o impacto da pandemia na igualdade de género, com foco nas dimensões do mercado de trabalho, rendimentos e conciliação entre a vida profissional, pessoal e familiar, Mariana Vieira da Silva sublinhou ainda que é também objetivo da presidência portuguesa avaliar esse impacto no que respeita à violência contra as mulheres.