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Portugal espera que Reino Unido corrija decisão “errada e absurda” rapidamente

Portugal espera que Reino Unido corrija decisão “errada e absurda” rapidamente

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, considerou a decisão do Reino Unido de excluir Portugal dos “corredores de viagem internacionais”, com destinos turísticos, como um “absurdo” que acarreta sérias consequências económicas e de confiança recíproca, afirmando esperar que as autoridades britânicas corrijam esta decisão rapidamente.
Portugal espera que Reino Unido corrija decisão “errada e absurda” rapidamente

Em declarações, por telefone, à agência Lusa, Augusto Santos Silva garantiu que as autoridades portuguesas não irão tomar qualquer atitude de reciprocidade em relação aos britânicos que residem em Portugal, mais de 35.000, disse, e que espera que o Reino Unido “corrija uma decisão errada rapidamente”.

“Tomamos nota desta decisão do Governo do Reino Unido com muito desapontamento. Seria apenas um absurdo se não tivesse consequências. De facto, é um absurdo que um país como o Reino Unido tenha sete vezes mais casos do que Portugal e 28 vezes mais óbitos relacionados com a Covid-19 do que Portugal e imponha quarentena no regresso dos passageiros oriundos de Portugal. Seria apenas um absurdo se não tivesse consequências”, afirmou Augusto Santos Silva.

Para o chefe da diplomacia portuguesa, a decisão de Londres traz “consequências muito graves de natureza económica, mas sobretudo sobre a confiança recíproca que é a base do relacionamento bilateral”.

“Representa um abalo causado numa relação ancestral entre o Reino Unido e Portugal. Não é assim que os países amigos e aliados se relacionam uns com os outros. Transmitimos todas as informações pedidas pelo Reino Unido ao longo das últimas semanas e realizamos todos os contactos aceites com o Reino Unido, a nível técnico, diplomático e político”, frisou.

Santos Silva garantiu que Portugal continuará a transmitir toda a informação não só ao Reino Unido, mas também aos restantes parceiros sobre a situação e evolução da pandemia no país para que a decisão “injusta e errada” de Londres, seja “corrigida quanto antes”.

“Uma coisa é certa: seja qual for o indicador que se utiliza relativamente à pandemia da Covid-19, a região do Algarve, em Portugal, é muito mais segura do que a Inglaterra”, exemplificou, deixando também uma palavra aos britânicos que residem em Portugal, que estão no país ou que vão passar aqui as férias neste verão.

“Aos que vivem em Portugal, que são quase 35.000, constituindo a terceira maior comunidade estrangeira residente no nosso país, a minha palavra é muito simples: estamos muito contentes por terem escolhido Portugal para viver e devem entender Portugal como um país que os acolhe plenamente, que lhes garantiu imediatamente todos os direitos na sequência do ‘Brexit’ e que tem muito prazer e muito gosto em que esta comunidade tão vasta de cidadãos britânicos ter escolhido Portugal para viver”, afirmou o governante. “Aos que já estão em Portugal para passar férias, que estão a viajar para Portugal e que viajarão para Portugal para passar férias a palavra é ‘sintam-se seguros. Temos bem estabelecidas todas as regras sanitárias e de segurança indispensáveis para que as vossas férias e estadia em Portugal corram com todas as garantias de segurança”, acrescentou, dirigindo, por outro lado, um apelo a todos os portugueses.

“Esta decisão britânica de hoje é mais uma razão para escolhermos maciçamente o nosso país para passar as nossas merecidas férias e que nos envolvamos todos naquilo que é preciso fazer, naquilo que cada um de nós precisa de fazer, para combatermos e superarmos a pandemia”, considerou Santos Silva

O ministro disse ainda que Portugal não irá tomar medidas de reciprocidade, referindo que tal “não fará sentido”.

“Consideramos esta decisão profundamente errada e os erros corrigem-se”, completou.