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Portugal e Índia constroem parceria estratégica para o século XXI

Portugal e Índia constroem parceria estratégica para o século XXI

O primeiro-ministro, António Costa, destacou o reconhecimento do mais elevado nível político que o Governo da Índia atribuiu à histórica visita oficial de seis dias que está a conduzir, afirmando que o reforço dos laços entre os dois países servirá de base para “a criação de uma grande parceria para o século XXI”.
Portugal e Índia constroem parceria estratégica para o século XXI

À chegada a Goa, onde cumprirá os dois últimos dias da visita, António Costa referiu a presença no grande congresso da diáspora indiana, em Bangalore, com o qual as autoridades indianas tiveram o cuidado de fazer coincidir a agenda da sua visita de Estado, e a participação no grande fórum económico da Índia, como “um sinal evidente” da importância política que a Índia atribui hoje à sua relação com Portugal.

Manifestando-se plenamente satisfeito com os objetivos da visita, assente sobretudo no reforço dos laços culturais e históricos e nas dimensões da economia e da ciência, o primeiro-ministro português salientou que os contactos de mais alto nível mantidos com o Governo indiano, assim como com empresários e investidores indianos, confirmaram a existência de oportunidades de cooperação nas mais diversas áreas, como as ciências e tecnologias, as energias renováveis, a execução de infraestruturas, as startups, a agricultura, a indústria agroalimentar, a água e o tratamento de resíduos, o turismo, a área farmacêutica e a defesa.

“Os laços históricos entre Portugal e a Índia devem servir como base para criarmos uma grande parceria para o século XXI”, preconizou António Costa, salientando que a Índia assumirá indiscutivelmente o protagonismo de se afirmar como uma das “grandes potências” deste século.

Portugal é oportunidade de investimento seguro

Durante o encontro que manteve com o seu homólogo indiano, Narenda Modi, logo no primeiro dia da visita, em que foi recebido com honras militares, António Costa apresentou Portugal como um país aberto e seguro para o investimento da diáspora indiana, o qual foi sempre muito bem acolhido.

“As empresas indianas podem saber que, investindo em Portugal, estão a investir num país que ficará e continuará na União Europeia, não correndo qualquer risco”, afirmou, acrescentando também que Portugal deseja contar com a Índia para desenvolver “parcerias trilaterais com quem temos laços históricos culturais, em espaços como a África e a América Latina” e que a Índia pode contar com Portugal num “esforço conjunto para o reforço das relações multilaterais”.

O primeiro-ministro indiano, por seu lado, fazendo questão em destacar que António Costa é o primeiro chefe de Governo da Europa de origem indiana, salientou que os dois Governos partilham a mesma visão em relação “aos mais importantes assuntos mundiais”, manifestando também firme vontade para o desenvolvimento da cooperação económica e política entre os dois países.

Os dois chefes de Governo assinaram depois, após um encontro de trabalho, cinco memorandos de cooperação nas áreas da agricultura, da investigação de recursos oceânicos, das energias renováveis, das tecnologias de informação e da universidade.

Numa visita em que esteve acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, da Cultura, Castro Mendes, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e da Economia, Caldeira Cabral, e ainda pelo secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, o chefe do Governo português destacou ainda, em particular, a oportunidade de iniciar uma parceria estratégica entre Portugal e Índia em torno dos objetivos de desenvolvimento sustentável, assim como de aprofundar a cooperação bilateral na área da investigação oceanográfica, inserida na importância estratégica que a política do mar assume para o futuro do país.