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PENSAR ADIANTE | NOVAS PROFISSÕES

PENSAR ADIANTE | NOVAS PROFISSÕES

É agora uma evidência, mesmo para os mais céticos, que as máquinas estão a substituir os humanos em muitas tarefas. Não só as repetitivas que requerem baixa formação, mas também algumas que exigem cursos superiores. Por estranho que possa parecer, jornalistas, advogados, médicos e todo o tipo de mediadores são profissões consideradas em vias de extinção.
O PAPA FRANCISCO

É igualmente evidente que os mesmos avanços tecnológicos que eliminam postos de trabalho humano, abrem caminho ao aparecimento de novas profissões. Sendo que a questão política (e civilizacional) que se coloca é saber se conseguimos acompanhar essa cada vez mais rápida transformação. Com um sistema de ensino conservador e, por natureza, lento, corremos o risco de continuar a investir em velhas profissões que vão desaparecer, ao mesmo tempo que não conseguimos transmitir os conhecimentos necessários para as novas que vão aparecer e são procuradas.

Dessas, a maioria, prende-se, algo perversamente diga-se de passagem, com a ampliação da capacidade das máquinas para substituir os humanos. É o caso da programação e sobretudo do desenvolvimento da Inteligência Artificial. Todos os estudos indicam que nos próximos anos assistiremos a uma crescente procura de programadores, criadores de software e apps, gestores de conteúdos digitais e sobretudo de todos, com ou sem formação académica, que sejam capazes de introduzir inovação no campo da Inteligência Artificial. Campo que concentra atualmente colossais investimentos por parte das maiores empresas tecnológicas e suscita o interesse de governos de todo o mundo. Depois da Internet, a Inteligência Artificial é definitivamente “a grande coisa”. Aquela que pode vir a tornar todas as outras obsoletas. Incluindo a própria Internet.

Apesar disto as novas profissões continuam a aparecer praticamente em todas as áreas da atividade humana. Dou um exemplo. Na agricultura, para além do crescente papel da biotecnologia e da substituição do lavrador pelo engenheiro, temos os agricultores urbanos. Já existem, em pequeno número, mas tenderão a aumentar significativamente. As cidades vão sofrer uma enorme transformação nas próximas décadas. Neste domínio a generalização dos carros sem condutor terá duas consequências. Deixaremos de ter um carro nosso e passamos a usar um serviço a pedido.  O que irá diminuir o número de veículos a circular e sobretudo os estacionados, com a consequente desocupação de muito espaço. Para além do lazer, da cultura e de novos usos ainda por imaginar, a agricultura urbana irá certamente ocupar parte desse espaço libertado.