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Pedro Alves “muito preocupado” com a sugestão de Pedro Passos Coelho

Pedro Alves “muito preocupado” com a sugestão de Pedro Passos Coelho

O líder da Juventude Socialista disse hoje estar “muito preocupado” com a sugestão de Pedro Passos Coelho de se poder reavaliar a lei do aborto, considerando tratar-se de “oportunismo político para ir buscar votos à direita”.

À Rádio Renascença, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu que a última lei do aborto aprovada pelo Parlamento – que despenaliza a Interrupção Voluntária da Gravidez até às dez semanas – pode “ter ido um pouco longe demais” e tem de ser reavaliada, admitindo a possibilidade de realização de um novo referendo sobre a matéria. Em declarações à agência Lusa, o líder da JS lamentou que Passos Coelho tenha posto em causa “um processo muito participado em que se conseguiu alcançar uma vitória para as mulheres portuguesas e acabar com o estigma da criminalização”.
Pedro Alves só encontra duas justificações possíveis para a posição do líder do PSD: “Está claramente desfasado da realidade” ou “está a piscar os olhos ao eleitorado mais à direita”.
Nas declarações à Renascença, Passos Coelho lembrou que esteve “há muitos anos do lado daqueles que achavam que era preciso legalizar o aborto – não era liberalizar o aborto, era legalizar a interrupção voluntária da gravidez -, porque há condições excecionais que devem ser tidas em conta” e não se deve “empurrar as pessoas que são vítimas dessas circunstâncias para o aborto clandestino”.
O líder da JS sublinha que a utilização da palavra “liberalização” por Passos Coelho em vez de “despenalização” é sintomático: “O intuito da lei é despenalizar e não liberalizar. A expressão usada (por Passos Coelho) é um piscar de olho à direita muito claro”. A juventude socialista considera que as declarações do líder do PSD podem mostrar “algum oportunismo eleitoral para salvaguardar votos à direita”, mas ao mesmo tempo são “um sinal claro do que o PSD pretenderia fazer em áreas fundamentais”.
Pedro Alves considera que, neste momento, é necessário fazer um balanço à lei do aborto, mas no sentido de tentar “melhorar o acompanhamento familiar, nunca no sentido de regredir cinco anos nem no sentido de admitir novo referendo, tentando desfazer um salto grande que custou a alcançar a muitas gerações de portugueses”.