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Obsessão do Governo por Estado mínimo não serve o país

Obsessão do Governo por Estado mínimo não serve o país

A “obsessão” do Governo da direita pela venda dos ativos estratégicos do país está a deixar o “Estado desarmado”, sem os instrumentos necessários para cumprir as suas obrigações, deveres e responsabilidades sociais. Carlos César faz uma crítica contundente a uma opção “meramente ideológica por um modelo de Estado mínimo” que não serve o país. “O Estado foi aposentado compulsivamente”, afirmou.
Obsessão do Governo por Estado mínimo não serve o país

No seu espaço de comentário na RTP, o presidente do PS recordou que o objetivo de encaixe financeiro com as privatizações, inscrito no memorando de entendimento, foi já largamente ultrapassado em quase o dobro, demonstrando que esta “obessão” não se orienta por uma necessidade de encaixe, tal como como não se orienta pelo resultado operacional das empresas públicas, uma vez que têm sido objeto de privatização empresas que dão lucro. Trata-se de “uma opção ideológica por um modelo de Estado mínimo”, sustentou.

Sobre o processo de privatização da transportadora aérea nacional, Carlos César rejeitou a ideia de haver qualquer imobilismo da parte do PS. Como é comprovado, recordou, pelas propostas já apresentadas de privatização ou recapitalização privada da empresa, mantendo, no entanto, a salvaguarda da maioria do capital público.

O presidente socialista voltou a insistir na falta de transparência do processo conduzido pelo Executivo PSD/CDS, com uma “persistente ocultação de documentos fundamentais” para avaliar a empresa e os consórcios concorrentes, bem como a opção escolhida pelo Governo. Reiterando a relevância da TAP como ativo estratégico para o país, como defende a posição do PS, disse ser fundamental que os portugueses compreendam que “uma empresa privada” – mesmo que sob alçada de um caderno de encargos – “não estará obrigada a ter um desempenho muito rigoroso no serviço público e na projeção estratégica do país”.

Presidente da República tem sido o provedor do Governo

As mais recentes intervenções do Presidente da República, quer no “alívio” que disse ter sentido com a venda da TAP, como na ideia de que este foi um mandato governativo “de sucesso e que o país está feliz”, também mereceram um comentário do dirigente socialista, que lamentou a “reincidência num conjunto de declarações que não prestigiam a instituição presidencial”.

“O que se exige da magistratura presidencial”, defendeu Carlos César, “é que seja feita de forma isenta e ligada ao sentimento dos portugueses”. E a “colagem desnecessária ao Governo”, que este Presidente da República tem vindo a repetir, desvia-o do “sentimento de pertença a todos os portugueses”, como fica demonstrado por ser este o Presidente que pior imagem tem junto dos portugueses desde o 25 Abril. Em vez do provedor dos portugueses, sustentou Carlos César, acabou por ser “o provedor do Governo”.

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