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“O Partido Socialista é e sempre foi um partido livre e isso é que ajuda a fazer a força …

“O Partido Socialista é e sempre foi um partido livre e isso é que ajuda a fazer a força …

Pedro Silva Pereira alertou hoje  que os “partidos do centro direita” que, se provocarem uma crise política antes de 2013, correm “um risco político sério” e serão “penalizados” pelos eleitores.

Falando perante uma plateia de várias dezenas de militantes socialistas da Área Metropolitana do Porto, Silva Pereira apontou “três factos políticos” que marcaram pela positiva o início de 2011 e que penalizarão quem tentar precipitar eleições legislativas: os “bons resultados” na execução orçamental de 2010, o facto de as emissões de dívida pública “contrariarem as previsões mais pessimistas” e a circunstância de as eleições presidenciais “não terem lançado uma onda de direita que anunciasse um novo ciclo político”.
“Estes três factos políticos são tudo indicadores de que o cenário de uma crise política é um risco não apenas evidentemente para o país (que precisa de estabilidade política), mas também um risco político sério para os partidos do centro direita, na medida em que uma crise política inconveniente antes do final da legislatura significa uma penalização que os eleitores não deixarão de fazer em relação a esses partidos”, sustentou o ministro.
Para Silva Pereira, “se o centro direita se quer constituir como alternativa política tem que pedalar a sua própria bicicleta” e o facto é que “ainda tem muito que pedalar para se poder apresentar como uma alternativa credível que os portugueses possam reconhecer”.
Pedro Silva Pereira lamentou que, à direita, apenas se veja “a multiplicação de cenários de crise política” para 2011, numa atitude que classificou como sendo “quase um terrorismo” político.
“Parece que o grande tema da direita é saber se a crise política deve ser provocada antes ou depois do orçamento para 2012 e quais são as condições que deve pôr em cima da mesa para haver ou não uma crise política, e aí a criatividade é imensa”, criticou.
Por outro lado, Silva Pereira denunciou “uma grande ausência de alternativas da parte da direita, que se pretende constituir em alternativa sem apresentar propostas ou soluções para os problemas do país”.
Apesar das poucas propostas da direita que diz serem conhecidas, o ministro sustenta que “a alternativa que se desenha é muito clara em alguns aspetos essenciais”.
Para isso, disse, “basta olhar para os três sinais muito fortes da agenda da direita: o projeto de revisão constitucional do PSD (fim da justa causa como garantia constitucional a propósito dos despedimentos, fim da gratuitidade como princípio geral do Serviço Nacional de Saúde e fim da missão do Estado de assegurar uma rede pública de educação) e as propostas de Passos Coelho de extinção das empresas públicas deficitárias e de cortes nos passes sociais”.
Uma “agenda” que considerou “perigosa, liberal e muito irrefletida e impensada” e “contra a qual o PS pode e deve bater-se”.
Pedro Silva Pereira, garantiu ainda, que “sempre houve debate no Partido Socialista” e “nunca ninguém foi coartado de dizer o que pensava”, sendo precisamente a “diversidade de ideias” que fortalece o partido.
“Quando se olha para o debate no Partido Socialista a partir de fora, muitas vezes há uma análise quase esquizofrénica. Por um lado, há uns que dizem que não há debate no Partido Socialista, mas depois, de cada vez que existe a expressão de uma ideia política diferente dentro do PS, então aqui d’el rei que no PS já não há autoridade e as pessoas podem ter ideias diferentes”, afirmou Silva Pereira.
O “ Partido Socialista é e sempre foi um partido livre, onde o debate é livre e a diversidade de ideias é não apenas tolerada, mas valorizada, e isso é que ajuda a fazer a força do PS”.
A este propósito, Silva Pereira recordou os que, “sobretudo nas vésperas de congressos, escrevem nos jornais sobre a vida interna do Partido Socialista, confundindo o facto de as suas posições não terem muitos apoiantes com a ideia de que não há debate” no partido.
“A verdade” – sustentou – “é que o Partido Socialista fez as suas escolhas e essas opções têm tido dentro do PS uma convergência muito grande. E não devemos confundir a circunstância de algumas minorias serem verdadeiramente minorias com a circunstância de não haver debate dentro do PS”.