home

O estranho caso do Dr. Passos e do Sr. Coelho ou,simplesmente, PAF!

O estranho caso do Dr. Passos e do Sr. Coelho ou,simplesmente, PAF!

Não podia haver cenário melhor e tão profundamente simbólico, o Portugal dos Pequenitos, em Coimbra. Verdadeiramente, o Portugal dos Pequenitos é o modelo de país sonhado pelo ainda primeiro-ministro. Um país encolhido, tacanho, sem ambição, pobrezinho mas honrado. O Portugal dos Pequenitos é o Portugal de sonho de Passos Coelho.
O estranho caso do Dr. Passos e do Sr. Coelho ou,simplesmente, PAF!

Ou pelo menos de Passos, talvez não de Coelho. Porque já se percebeu uma de duas coisas: ou a personalidade do ainda primeiro-ministro sofre da síndrome “Dr. Jekill e Mr. Hyde” ou anda por aí alguém a fazer-se passar por ele. Senão, repare-se na mensagem que o Dr. Passos fez questão de passar nesta visita ao seu país de sonho: “Desafio qualquer um a recordar alguma intervenção ou escrito em que eu tenha defendido a imigração de jovens portugueses, isso é um mito urbano”. Ora, nem passados cinco minutos destas extraordinárias declarações terem sido conhecidas, já as redes sociais estavam enxameadas de imagens de uma entrevista do Sr. Coelho em que este defendia que a imigração era uma solução muito válida para os jovens professores portugueses. Ora, toda a gente sabe que o ainda primeiro-ministro e vários membros do seu Governo andaram por algum tempo a tecer loas ao espírito aventureiro e empreendedor dos portugueses que, obrigados pelas circunstâncias e pelas políticas do Governo do PSD e do CDS-PP, partiram para outras terras. Muito mais de de cem mil por cada ano de exercício do Governo da direita, números que fizeram recuar o país 50 anos (desde 1966 que não se registava tal sangria). A tudo isto, no Portugal dos Pequenitos, o ainda primeiro-ministro chamou singelamente “mito urbano”, assim mesmo.

Ou seja, ou estamos perante um caso de múltipla personalidade, como aquele que foi imortalizado por Robert Louis Stevenson no seu “Estranho Caso do Dr. Jekill e Mr. Hyde”, ou anda aí alguém a fazer-se passar pelo ainda primeiro-ministro. A terceira alternativa, que necessariamente se tem de excluir – por força da bondade humana – é a de que o homem nos toma a todos por parvos!

PS – A coligação da direita já escolheu o nome. Optou por uma onomatopeia (recurso estilístico pelo qual se procura sugerir uma imagem auditiva de um objeto por meio de um concurso adequado de sons). Recorramos, pois, ao delicioso universo criado por Uderzo e Goscinny, para uma primeira abordagem à questão: