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Nenhum cidadão europeu compreenderia que não houvesse pressa em responder à crise

Nenhum cidadão europeu compreenderia que não houvesse pressa em responder à crise

O primeiro-ministro, António Costa, reiterou ontem, após uma reunião de trabalho com o seu homólogo húngaro, Viktor Orbán, em Budapeste, não ver razão, “desde que haja vontade política”, para não haver acordo no Conselho Europeu do final da semana em torno do plano europeu de resposta à crise económica.
Nenhum cidadão europeu compreenderia que não houvesse pressa em responder à crise

“Nenhum cidadão, em parte alguma da Europa, pode perceber a ideia de que não há pressa em responder a esta crise, quando todos estamos a sofrer com a paralisação do mercado interno”, sublinhou o líder do Executivo português, no final de mais um encontro, no âmbito dos contactos preparatórios que tem desenvolvido, em vésperas da reunião de Chefes de Estado ou de Governo da União Europeia, a ter lugar sexta-feira e sábado.

António Costa voltou a manifestar-se confiante num acordo já nesta cimeira, até porque, salientou, adiar uma solução para “uma situação dramática que hoje a Europa está a viver, já não só do ponto de vista sanitário, mas também do ponto de vista económico e do ponto de vista do emprego” seria algo que “nenhum cidadão na Europa” poderia compreender.

“Como sabe, eu sou um otimista impenitente e, portanto, não vejo razão para que, desde que haja vontade política, não possa haver acordo no próximo fim de semana. Não sei se é a 17 [sexta-feira], não sei se é a 18, não sei se teremos de ficar mesmo para 19, mas não vejo nenhuma razão para que não haja acordo”, disse.

“O que aconteceu em Portugal, de estarmos a crescer acima da média europeia e agora estarmos com previsões de quebra de 10% do PIB, de termos a taxa de desemprego de 6% agora a subir para 10%, é o panorama em toda a Europa”, acentuou,

Referindo que estes contactos bilaterais permitem perceber melhor quais são as dificuldades e os pontos de vista, António Costa sublinhou que esse esforço “facilita a construção de acordos”, no sentido de “fazermos o esforço de até ao próximo Conselho Europeu encontrarmos soluções”.

Cumprimento do Estado de Direito

No âmbito do encontro de trabalho, o primeiro-ministro português abordou ainda a questão do “problema particular” que existe em relação à Hungria, no âmbito da União Europeia, e da de sua relevância na negociação do programa de recuperação económica.

“Para nós, as questões da liberdade, da democracia, do Estado de direito são centrais e devem ser resolvidas nos termos do tratado, com base no artigo 7, não se tratando de discutir simultaneamente entre valores e dinheiro, porque os valores não se compram”, disse, acrescentando que, “se há um problema de valores, deve ser tratado como está previsto no tratado, como uma condicionante da participação na própria União Europeia”.

Assunto diferente, acrescentou, “é a discussão sobre este programa de recuperação económica, onde o que importa é assegurar o adequado controlo do uso dos fundos europeus, o que é razoável e todos aceitamos, e creio que a Hungria também”.