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Não podemos aceitar a inevitabilidade de viver na era da ‘pós-verdade’

Não podemos aceitar a inevitabilidade de viver na era da ‘pós-verdade’

A deputada Edite Estrela alertou, em Estrasburgo, para a importância de uma imprensa livre para a democracia. “Sem eleições livres, não há democracia. Sem comunicação social livre, pluralista e independente, não há eleições livres, nem democracia. Sem eleitores informados não há liberdade de escolha”, afirmou a parlamentar portuguesa, num debate sobre ‘Liberdade dos Media como condição para as eleições democráticas’, na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa.
Não podemos aceitar a inevitabilidade de viver na era da ‘pós-verdade’

Na sua intervenção, Edite Estrela registou que há “sinais inquietantes de repressão e violações da liberdade de imprensa podem ser observados em vários Estados-Membros”. E alertou para o facto de a expansão das redes sociais estar a condicionar “o processo de tomada de decisão democrática”.

“Notícias falsas, vídeos falsos, campanhas coordenadas de desinformação para manipular a opinião pública” são fenómenos que, segundo a deputada, devem preocupar a todos, especialmente os decisores políticos. “A propaganda automatizada é uma das novas ferramentas mais poderosas contra a democracia”, apontou, acrescentando que se está a abrir “uma caixa de Pandora”. 

“A cada vinte minutos, são trocadas 2,7 milhões de mensagens no Facebook. Sabendo que informações falsas têm um potencial viral seis vezes maior do que o de uma informação real, como podemos garantir que o respeito pelo estado de direito no mundo digital”, interrogou.

A deputada adverte para a necessidade de uma ação clara contra este flagelo, sobretudo em ano de eleições europeias. “Os inimigos da democracia da União Europeia estarão mais ativos do que nunca, produzindo notícias falsas antes das eleições europeias de 26 de maio”, avisou.

“Nós devemos fazer tudo para defender a democracia. Precisamos erradicar o cancro de notícias falsas que está a corroer a vida democrática”, sublinhou, ainda, Edite Estrela. “Não podemos aceitar a inevitabilidade de viver na era da ‘pós-verdade’”, concluiu.