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Morreu Júlio Pomar

Morreu Júlio Pomar

Morreu ontem em Lisboa, no Hospital da Luz, Júlio Pomar. Tinha 92 anos. Pintor e escultor, mas também senhor de uma obra poética, Júlio Pomar nasceu em Lisboa em 1926. É considerado como um dos maiores criadores e artistas plásticos de referência da arte moderna e contemporânea portuguesa, tendo deixado uma obra imensa que percorre os últimos setenta anos, não só na pintura, no desenho e na escultura, mas também na escrita. Realizou igualmente muitos trabalhos de gravura e de ilustração cerâmica e vidro, tapeçaria e interveio igualmente na cenografia para teatro e decoração mural em azulejo. Lutador antifascista, Júlio Pomar conheceu, muito novo ainda, as prisões do antigo regime tendo partilhado, em abril de 1947, a cela com Mário Soares.
Morreu Júlio Pomar

Um artista icónico
Foram várias as personalidades que manifestaram profundo pesar pelo desaparecimento do artista plástico, Júlio Pomar, com o primeiro-ministro a considerar que Portugal “perde um dos seus mais icónicos artistas”.

Segundo António Costa, numa nota publicada na rede social Twitter, a obra artística de Júlio Pomar, levada a cabo ao longo de sete décadas, está sobretudo “comprometida com a cultura portuguesa e com a liberdade criativa”.

Também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, considerou que a morte de Júlio Pomar constituiu “uma imensa perda” para Portugal e para “todo o mundo”, frisando que sempre admirou a sua obra.

O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, lamentou a morte do artista plástico, Júlio Pomar, considerando que o país perdeu um “artista extraordinário e uma figura incontornável da cultura e da história das artes visuais portuguesas”.

Para o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, a morte de Júlio Pomar, representa uma “imensa perda” para a cultura portuguesa, caracterizando-o como um “artista maior no Portugal contemporâneo” que deve “inspirar as jovens gerações”.

Também a Câmara Municipal de Lisboa se associou ao pesar por esta morte, recordando, entre muitas outras situações, que Júlio Pomar é “nome maior da pintura modernista” e que o seu legado ficará para sempre associado à cidade, também por ser o autor, entre inúmeras outras iniciativas, das pinturas da estação de metro do Alto dos Moinhos, “onde juntou Camões, Bocage, Almada e Pessoa”.

O corpo de Júlio Pomar, ficará esta quarta-feira a partir das 18.30, em câmara ardente no Teatro Thalia, em Lisboa. As cerimónias fúnebres vão ter lugar amanhã, quinta-feira, e serão reservadas à família.