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Marcha em Lisboa para que “nem mais uma mulher seja vítima de violência”

Marcha em Lisboa para que “nem mais uma mulher seja vítima de violência”

Centenas de pessoas, entre as quais deputados e vários membros do Governo, participaram no sábado na 7ª marcha contra a violência doméstica e de género, assinalando o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
Marcha em Lisboa para que “nem mais uma mulher seja vítima de violência”

A marcha, que percorreu o centro de Lisboa, entre o Largo do Intendente e a Praça do Rossio, evocou os nomes das 18 mulheres que morreram este ano em Portugal vítimas de violência de companheiros ou ex-companheiros, pedindo que “nem mais uma mulher seja vítima de violência”.

Entre as muitas personalidades da vida política que marcaram presença, estiveram as ministras da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, e da Justiça, Francisca Van Dunem, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, e a sua antecessora e atual deputada socialista, Catarina Marcelino.

Eduardo Cabrita salientou que cerca de dois terços das esquadras e postos da GNR e da PSP já têm hoje espaços dedicados ao atendimento de vítimas de violência doméstica, sublinhando que é objetivo do Governo atingir a plenitude em todo o país e que o projeto de Orçamento do Estado para 2018 prevê que qualquer nova instalação ou requalificação contará com um destes espaços.

Por seu lado, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade revelou que o Executivo pretende “reforçar todas as estruturas que prestam apoio ao nível de atendimento e de suporte” a mulheres vítimas de violência, adiantando ainda Rosa Monteiro que está previsto o “reforço com duas casas, destinadas a mulheres vítimas com problemas na área da deficiência e da saúde mental”.

Voto de homenagem às mulheres vítimas de violência

Assinalando também o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, o presidente da Assembleia da República vai apresentar, durante esta semana, um voto de “homenagem às mulheres vítimas de violência”, expressando o “profundo compromisso” do Parlamento na prevenção e combate à violência de género.

“Às mulheres, às famílias e amigos das vítimas de violência, a Assembleia da República manifesta o seu mais sentido pesar e o seu mais profundo compromisso com a prevenção e o combate a este flagelo social”, lê-se no texto do voto.

Eduardo Ferro Rodrigues sustenta que “dar visibilidade pública e política à condenação social deste flagelo é essencial para a sua progressiva erradicação”, considerando que, “muitas vezes, as leis não são suficientes para se fazer Justiça se a condenação da sociedade não for manifesta”.

No voto, o presidente da Assembleia da República salienta ainda que Portugal foi o primeiro país a ratificar a Convenção de Istambul do Conselho da Europa para a erradicação de todas as formas de violência contra as mulheres e lembra que o crime de violência doméstica é crime público desde 2000.