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LIDERANÇA DEMOCRÁTICA E FEMININA NA BIELORRÚSSIA NÃO PODE MAIS SER SILENCIADA

LIDERANÇA DEMOCRÁTICA E FEMININA NA BIELORRÚSSIA NÃO PODE MAIS SER SILENCIADA

“Estamos com todas as mulheres que lideram a oposição democrática na Bielorrússia”. Esta foi a conclusão da reunião entre o Secretariado Executivo das PES Women e ativistas bielorrussas, que decorreu na passada sexta-feira, sobre os protestos e os direitos das mulheres naquele país.
LIDERANÇA DEMOCRÁTICA E FEMININA NA BIELORRÚSSIA NÃO PODE MAIS SER SILENCIADA

O movimento de oposição ao contestado presidente Lukashenko é liderado por mulheres, nomeadamente Svyatlana Tsikhanouskaya e Veronika Tsepkalo – que fugiram do país com receio de estar em causa a sua segurança – e Maria Kolesnikova, que foi sequestrada, presa e acusada de “comprometer a segurança nacional”, enfrentando uma pena que pode ir até aos 5 anos de prisão.

Milhares de mulheres, marchando pacificamente vestidas de branco, com flores e formando correntes de solidariedade, estão na linha de frente da campanha pela democracia e por eleições justas. Depois de mais de um mês clamando por justiça, elas não recuaram, apesar de terem sido violentamente detidas e atacadas.

As duas ativistas participantes na reunião apelaram às aliadas feministas internacionais para fazerem todo o possível para apoiar as mulheres manifestantes. Elas disseram que as mulheres bielorrussas – que tinham um papel tradicionalmente invisível na política – estão agora a tomar as ruas de forma independente. Em paralelo com a marcha geral, 10 mil mulheres, e as respetivas famílias, participaram em marchas focadas nos direitos das mulheres. São agora alvos do regime, que ameaça prendê-las e tirar-lhes os filhos.

“As PES Women estão solidárias com as mulheres da Bielorrússia e com a sua luta pacífica pela democracia. Condenamos a opressão, a violência e a misoginia que estão a enfrentar e apelamos a investigações independentes e sanções imediatas contra as autoridades responsáveis”, disse a presidente da organização, Zita Gurmai.

“A igualdade de género é um valor democrático fundamental. As mulheres devem ser incluídas, em segurança, nas discussões políticas e na transição democrática, inclusive através do Conselho de Coordenação. As mulheres querem mudanças estruturais e sustentáveis. Isto deve refletir-se no apoio específico da União Europeia: as organizações que trabalham para a igualdade de género devem receber a sua parte justa”, acrescentou.

A presidente das PES Women referiu que o próximo Plano de Ação sobre Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres nas Relações Externas (GAP III 2021-2025) “deve reconhecer, promover e envolver o papel central das mulheres na prevenção de conflitos e na construção da paz”.

“As missões de paz e segurança da União Europeia também devem melhorar e promover a inclusão de mais mulheres, que atualmente estão muito sub-representadas”, concluiu.

O Secretariado Executivo das PES Women expressou seu apoio aos protestos pacíficos das mulheres bielorrusas e observou que o tratamento vergonhoso que elas enfrentam é típico da misoginia que as mulheres enfrentam na política e na sociedade em todo o mundo, comprometendo-se a prosseguir o diálogo com as ativistas democratas bielorrussas e comprometeu-se a apoiar o movimento de mulheres do país.

As PES Women saúdam a resolução do Parlamento Europeu, apoiada pelos eurodeputados Socialistas e Democratas (S&D), que rejeita Lukashenko como presidente e apela a sanções da União Europeia, realçando que, início da semana passada, o Partido Socialista Europeu lançou uma campanha – ‘Ouvimos-te, Bielorrússia’ – para mostrar o seu apoio aos manifestantes após a votação.

As PES Women também apoiam a decisão dos eurodeputados Socialistas e Democratas, que nomearam as bravas mulheres da Bielorrússia para o Prémio Sakharov 2020. Esta nomeação, além de enviar uma forte mensagem de apoio ao povo da Bielorrússia, é também um sinal claro para as mulheres em todo o mundo de que suas vozes não serão ser silenciadas.