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José Sócrates: “Tenho a propor aos portugueses um caminho de moderação e responsável. …

José Sócrates: “Tenho a propor aos portugueses um caminho de moderação e responsável. …

Durante o frente-a-frente na RTP, José Sócrates apresentou a Passos Coelho um relatório assinado pelo próprio enquanto administrador da Fomentinvest (de 2010, em relação à situação económica de 2009) em que o líder do principal partido da oposição assumiu a dimensão internacional da crise financeira portuguesa.

José Sócrates citou ainda, diversas posições do presidente do PSD sobre saúde, acusando-o de pretender “destruir” o Serviço Nacional de Saúde.

O Secretário- Geral do Partido Socialista disse que se “Trata de fazer uma escolha. É verdade que Portugal está a passar por um desafio intenso, mas o ponto que se põe é: como é que vamos combater essa crise? Estávamos a fazer o nosso caminho e colocaram-nos numa crise política. Ou nós pretendemos responder esta crise e continuar com a defesa do estado social ou pretendemos responder a esta crise colocando em causa o nosso estado social. A diferença entre o PS e o PSD está no Estado Social.”

José Sócrates alertou para o facto do PSD querer destruir o Estado Social: “os co-pagamentos põem em causa o SNS tal como o conhecemos e põem em causa a igualdade nos acessos à saúde e ao acesso aos medicamentos. O PS, nestes seis anos, melhorou a eficiência do Serviço Nacional de Saúde. Em apenas seis anos baixámos a lista de espera. Quando o senhor propõe que haja co-pagamentos, quer dizer que os portugueses vão pagar a sua saúde através de impostos e também no acto de atendimento. Isto é importante demais para deixarmos passar isto de forma leve. Vamos então ao seu programa sobre saúde e que é gravíssimo: propõe que o estado garanta o Sistema Nacional de Saúde, não do Serviço Nacional de Saúde, ou seja fala também dos privados. Isto supõe a destruição do serviço Nacional de Saúde”

José Sócrates disse ainda que assume todas as responsabilidades e pede para que o PSD assuma as suas: “Eu não recuso nenhuma responsabilidade. Portugal está a enfrentar uma crise que não provocou, a crise afectou Portugal. Eu assumo as minhas responsabilidades espero que o senhor assuma a s suas. O senhor é responsável por ter criado uma crise política no nosso país. Levou a que Portugal tivesse que pedir ajuda externa. O preço é este: desde que chumbou o PEC, os juros não pararam de subir, as agências de “Rating” baixaram em três dias em três vezes, o que colocou a economia portuguesa numa situação muito difícil. O que é que os portugueses ganharam com esta crise política? Na principal medida política que foi chamado a tomar, o senhor enganou-se, porque pensou só em poder, a pensar que as sondagens estavam seguras. O senhor enganou-se.”

O líder socialista voltou a referir que o país não precisava de ajuda externa:  “Só quero dizer uma coisa: o país não precisava de ajuda externa. Quem provocou a ajuda externa foi o senhor ao abrir uma crise política. Isto não é bom para Portugal. O senhor obrigou Portugal a pedir ajuda externa.”

Na área do trabalho, José Sócrates volta a destacar a liberalização do mercado de trabalho, proposta pelo PSD: “No mercado de trabalho as suas propostas prevêem o trabalho temporário, propõe que haja uma liberalização do mercado de trabalho. A proposta do PS é exactamente aquilo que resultou do nosso acordo com os parceiros sociais. Fizemos um acordo que está na base do programa com a “troika”. Esse acordo feito com os parceiros sociais, serviu de inspiração com esse acordo com a “troika”.”

“Enquanto nós negociávamos com a “troika”, os senhores escreviam cartas públicas. Isto foi um comportamento lamentável e que prejudicou as negociações”, disse José Sócrates.

Na mensagem final, o Secretário- Geral do Partido Socialista, José Sócrates, disse que “os portugueses sabem que eu sempre assumi as minhas responsabilidades, sempre tomei medidas difíceis e exigentes para defender a interesse nacional. Para superarmos a crise precisamos de um governo forte e dispensamos aventuras. Tenho a propor aos portuguese um caminho de moderação responsável e moderada. Um governo que cumpra os objectivos que tem com a “troika” e que ao mesmo tempo defenda o estado social, com uma saúde para todos e com uma educação para todos. É esta escolha que temos pela frente.”