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José Sócrates: “Como nunca na nossa história precisamos de políticas moderadas, …

José Sócrates: “Como nunca na nossa história precisamos de políticas moderadas, …

O secretário-geral do PS, José Sócrates, acusou hoje a liderança do PSD de ser “instável”, de mudar “em zigue-zague em função das conveniências” e de não ser, por isso, capaz de “tomar medidas difíceis”.

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Aludindo às recentes declarações do líder social-democrata a propósito da lei do aborto – em entrevista à Rádio Renascença, Passos Coelho admitiu quinta-feira reavaliar a lei e não excluiu novo referendo sobre o assunto -, José Sócrates contrapôs com a sua própria acção governativa nos últimos anos.
“Neste momento da nossa vida política precisamos de lideranças que oiçam, que ponderem, mas que depois de decidirem sejam firmes na acção. Uma liderança instável, que muda em zigue-zague em função das suas conveniências e em função dos auditórios não serve os interesses do país neste momento. Uma liderança instável, que muda de opinião, que oscila, que não tem a firmeza para enfrentar aquilo são os interesses corporativos organizados não serve os interesses do país porque nunca será capaz de tomar medidas difíceis que defendam o interesse geral de todos os portugueses”, disse.
Num almoço-comício em Guimarães Sócrates comparou, já afónico, com a sua própria governação.
“Porventura como nunca na nossa história precisamos de políticas moderadas, responsáveis e que dêem segurança às pessoas (…) aqueles que pensam que governar é agradar equivocam-se. Ao longo destes últimos três anos tive que tomar muitas medidas difíceis, muitas medidas exigentes, que puseram em causa a minha popularidade e a popularidade do PS. Mas o dever de um governante é estar à altura dos tempos, é nunca recusar tomar as medidas para defender o interesse geral porque essas medidas sempre foram para defender o país”, salientou.
Voltando a considerar “gravíssima” a declaração do líder do PSD sobre a lei que institui a descriminalização da interrupção voluntária da gravidez – um “regresso ao passado” e “à época do aborto clandestino”, disse -, o líder socialista deplorou que, em sua opinião, Pedro Passos Coelho mude de “convicções profundas” em pouco tempo.
“Porque a interrupção voluntária da gravidez não é uma matéria qualquer da política, faz parte do núcleo central da nossa consciência (…) Como é que nuns meses se pode mudar de convicções em matéria de interrupção voluntária gravidez? Eu não percebo isso nem respeito isso (…) agora, o que não é possível respeitar é o comportamento oportunista daqueles que querem ganhar votos e com isso mudam de convicções em função dos auditórios”, disse.