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HOMENS PARLAMENTARES SOCIALISTAS CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA VI

HOMENS PARLAMENTARES SOCIALISTAS CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA VI

Na data em que se assinala o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, as Mulheres Socialistas (MS – ID) deram a palavra aos deputados do PS, na sequência do papel que a Convenção de Istambul atribui aos parlamentares na prevenção e combate à violência contra as mulheres e à violência doméstica.
HOMENS PARLAMENTARES SOCIALISTAS CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA VI

O desafio passa por duas breves questões, sobre como se pode reforçar ainda mais a prevenção e o combate ao flagelo da Violência Doméstica, às quais foi pedida resposta. Hoje continuamos a divulgar depoimentos no masculino, que também têm divulgação assegurada através da página de Facebook das MS-ID.

A mulher, nossa mãe, é tudo! Só merece amor! Poderemos prevenir a violência doméstica chamando a atenção através de uma campanha distrital muito visível de todos os deputados do Distrito de Santarém: PS PSD, PCP e BE.

António Gameiro
Deputado à Assembleia da República

 

A Humanidade toda grita em cada vítima de violência. Um, vinte, mil milhões de gritos à espera de uma palavra que rompa o silêncio e a impunidade. Uma palavra só, não! Uma palavra seguida de um gesto: amor e justiça!

Luís Graça
Deputado à Assembleia da República

 

Violência, sem vacina à vista

A Beira de meados do século XX era uma região antiga e bela, mas também uma terra seca e pobre, mal repartida. Era um tempo de fome e servidão, miséria social. Conheci de perto a vida do cavador de enxada, do pastor e do ceifeiro. O álcool era a sua droga, o dopping que o iludia e excitava, em permanentes bebedeiras. A mulher e os filhos eram quem pagava tanta revolta e frustração. A violência era brutal, por tudo e por nada. Até pela qualidade ou insuficiência do caldo à ceia, já de si um milagre de que só a mulher beirã era capaz.

Veio a emigração, a adesão à CEE, a forte inclinação do país para o litoral, o país rural cada vez mais urbano, com a escola ao alcance de todos e os fenómenos culturais a pautar o nosso quotidiano. Só a violência doméstica, a cobarde agressão física e psicológica, parece não ter solução.

Hoje, não é o vinho e a aguardente no trabalho, nem as circunstâncias atenuantes do seu consumo, que são o móbil desse crime sem perdão. A violência doméstica não tem idade, nem nível cultural, não é sintoma de miséria moral, de jovens em risco, mais carenciados, alta classe média. Espalha-se, democraticamente, de norte a sul, dos bairros suburbanos, aos condomínios de luxo. E chegou às escolas. A violência no namoro é um sintoma que nos faz refletir sobre as consequências nas famílias do futuro. Quando o namoro devia ser tempo de ternura, enamoramento e paixão, e se transforma em agressão e maus tratos, os valores estão completamente invertidos.

Ainda vamos a tempo de alterar os comportamentos e prevenir que a pandemia alastre? Grave seria desistir, baixar os braços; resignação é cobardia. Desistir nunca. Temos uma enorme responsabilidade perante os jovens, netos de abril. É aí que está a esperança da mudança.

Santinho Pacheco
Deputado à Assembleia da República