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Governo revela "incompetência, arrependimento e incapacidade"

Eurico Brilhante Dias

O PS considerou hoje que a agenda de medidas aprovada em Conselho de Ministros para estimular o crescimento económico revela uma inflexão de discurso por parte do Governo, mas também “incompetência, arrependimento e incapacidade”.

A posição foi transmitida por Eurico Brilhante Dias após o Governo ter apresentado as linhas gerais da “proposta de estratégia para o crescimento, o emprego e o fomento industrial” para o período 2013-2020.

“Ao fim de dois anos, o Governo da austeridade custe o que custar fez uma inflexão discursiva, mas sem no essencial mudar a sua estratégia. O conjunto de ideias revela incompetência, arrependimento e incapacidade”, afirmou o dirigente nacional.

Para Eurico Brilhante Dias, apenas em alguns casos as ideias do executivo PSD/CDS sobre estímulo à economia “foram declinadas em medidas calendarizadas”.

“Há medidas que revelam incompetência, como, por exemplo, uma nova carta de missão dirigida à Caixa Geral de Depósitos (CGD) dois anos após o Governo ter tomado posse e mais de ano e meio depois de o atual conselho de administração da CGD ter sido empossado. Uma nova carta de missão para a administração da CGD a meio da legislatura? O que esteve a fazer o Governo nos últimos dois anos?”, interrogou-se o o secretario nacional do PS.

Sobre a intenção de o executivo proceder a uma agilização de processos de investimento empresariais, Brilhante Dias referiu que alguns desses processos estiveram “parados 12 meses”.
“Quem estava no Governo há 12 meses, quem era o responsável pela tutela da economia, não era o mesmo ministro [Álvaro Santos Pereira]?”, questionou.

Eurico Brilhante Dias salientou também que, quando o Governo fala agora na necessidade de melhorar a articulação entre entidades públicas na vertente da internacionalização, “é preciso também dizer-se que esse papel de coordenação é da responsabilidade do primeiro-ministro”, Pedro Passos Coelho, e que essa articulação “não deveria ter começado hoje”.

“O Governo fala em formação dual e técnico-profissional (medida já anunciada várias vezes com resultados não conhecidos) e da alteração do IRC. Mas os portugueses estão cansados de ouvir falar sobre a alteração do IRC e sobre uma comissão nomeada que ainda não apresentou resultados”, acusou.

O dirigente nacional do PS considerou ainda que o Governo revelou “arrependimento” sobre a criação do banco de fomento “após o secretário-geral do PS o ter proposto”, ao referir-se à linha de financiamento para pequenas e médias empresas e à extensão de maturidades das linhas PME Crescimento e PME Invest.

“Duas medidas que o PS apresentou aquando da discussão do orçamento do Estado para 2013 e que a maioria PSD/CDS chumbou no Parlamento”, acrescentou.