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Governo garante “espaços de retaguarda” para apoiar lares

Governo garante “espaços de retaguarda” para apoiar lares

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social revelou ontem que existem “espaços de retaguarda” preparados para apoiar os lares, na eventualidade de ser necessário retirar idosos com testes negativos ou positivos a infeção com o novo coronavírus.
Governo garante "espaços de retaguarda" para apoiar lares

O que tem estado a ser feito “com a situação dos lares é também criar mecanismos especiais de apoio para quando é preciso retirar as pessoas dos lares, criando espaços de retaguarda”, a par de “um programa de reforço dos recursos humanos”, através do Instituto do Emprego e Formação profissional (IEFP), afiançou Ana Mendes Godinho, à margem de uma deslocação a Évora.

“A preocupação que foi sinalizada quer pela CNIS (Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade), quer pela UMP (União das Misericórdias Portuguesas), é encontrar espaços de retaguarda também para as pessoas que tenham teste positivo, mas que não tenham sintomas. Sabemos que, muitas vezes, são pessoas que têm dificuldade de mobilidade e, portanto, temos de tentar perturbar o menos possível a vida destas pessoas”, afirmou a governante.

Ana Mendes Godinho lembrou que existe um protocolo completamente identificado e definido sobre como tratar cada uma das situações, “sempre que se detetam casos positivos nos lares”, referindo que, no caso da existência de sintomas, “as pessoas devem ir para os hospitais”.

“Quando não tenham sintomas, deve-se encontrar uma solução alternativa que, depois, deve ser avaliada em função da capacidade que o espaço tem de ter isolamento e de ter, em simultâneo, dois espaços separados para pessoas que tenham teste positivo ou teste negativo”, acrescentou.

Adicionalmente, explicou, foram criados “espaços de retaguarda” para estas duas situações, “sejam situações em que as pessoas tenham teste negativo, sejam espaços próprios preparados para pessoas quando tenham teste positivo, ainda que sem sintomas”, adiantou.

Este trabalho foi feito em conjunto com a Proteção Civil, as Forças Armadas, as câmaras municipais e a Segurança Social, com o objetivo de que, “em cada um dos territórios”, exista “esta capacidade de ter estas camas, estes espaços próprios para estas pessoas, respondendo à preocupação” dos casos “em que os lares não conseguem responder à situação”, frisou.

De qualquer forma, enfatizou, a situação dos lares “tem de ser analisada caso a caso, para perturbar o mínimo possível a vida das pessoas”.

Ana Mendes Godinho e o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, deslocaram-se ontem ao polo da Mitra da Universidade de Évora para visitarem o Laboratório de Virologia Vegetal do Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED), onde começou a funcionar, na segunda-feira, uma unidade que realiza testes à Covid-19.

200 mil testes realizados desde 1 de março

No que respeita ao rastreio de novos casos, o Governo revelou, já esta quarta-feira, que Portugal realizou mais de 200 mil testes desde o dia 1 de março, o que coloca o país com uma taxa de quase 18 mil testes por milhão de habitantes, acima, por exemplo, da Alemanha ou da Áustria.

Na habitual conferência diária sobre a situação epidemiológica do país, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, indicou também que existem um milhão e trinta e cinco mil testes em ‘stock’.

“E foram distribuídos esta semana mais 265.000 testes pelas cinco administrações regionais de saúde e as duas regiões autónomas”, acrescentou o governante, especificando que a região Norte recebeu 45% dos ‘kits, a região de Lisboa e Vale do Tejo recebeu cerca de 30%, sendo a restante quantidade distribuída pelas outras administrações regionais.

“Continuamos empenhados em garantir que os testes chegam onde são mais necessários e a melhorar o tempo de resposta entre a colheita e a entrega do resultado”, declarou.

O secretário de Estado referira já, na terça-feira, que desde o início de abril o país está a aproximar-se de “uma média de 10 mil testes por dia”, referindo estarem “em análise” mais instituições para integrar a rede que realiza testes, que atualmente abrange, para além de 26 laboratórios do Serviço Nacional de Saúde e sete grupos laboratoriais privados, o laboratório militar, o Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa e as universidades do Minho e do Algarve.

António Lacerda Sales destacou ainda o trabalho dos profissionais envolvidos no combate à pandemia, nas várias frentes.“Todos, sem exceção, merecem o nosso reconhecimento, consideração e agradecimento”, disse.

De acordo com os dados atualizados esta quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde, Portugal regista 18.091 casos confirmados de infeção de Covid-19, o que representa um valor de mais 3,7% do que no dia anterior, observando 599 mortes associadas à doença.

Das pessoas infetadas, 1.200 estão hospitalizadas, das quais 208 em unidades de cuidados intensivos, e 383 foram dadas como curadas.