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“Governo está a prolongar a austeridade e a agonia dos portugueses”

“Governo está a prolongar a austeridade e a agonia dos portugueses”

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O PS considerou que todos os resultados apresentados pelo Governo são extremamente negativos, havendo uma segunda revisão em baixa do produto e aumento da dívida, e que o caminho escolhido significa que a “agonia” continuará.

Numa primeira reação às palavras do ministro de Estado e das Finanças, Eurico Brilhante Dias disse que se conclui que “o Governo falhou todos os objetivos a que se propôs” e que apresenta como único caminho “prolongar a austeridade e continuar a agonia dos portugueses”.

“Estamos a viver um momento muito grave, todos os novos valores [económicos e financeiros] são negativos e, com este Governo, o país prossegue a espiral recessiva”, através de “um aumento do desemprego e decréscimo do PIB”, sustentou.

De acordo com o secretário nacional do PS, os números apresentados por Vítor Gaspar indicam que, para finais de 2014, a taxa de desemprego chegará aos 18,5 por cento, ultrapassando um milhão de desempregados no fim deste ano.

“Estando nós a meio de março, o senhor ministro das Finanças apresenta a segunda revisão em baixa do PIB em 2013, passando de menos um por cento para menos dois por cento e agora para menos 2,3 por cento. O senhor ministro das Finanças sabe que o memorando original previa para 2013 um crescimento de 1,2 por cento do PIB”, frisou.

Relativamente à dívida, o dirigente socialista observou que os novos dados indiciam um novo máximo para 2014, na ordem dos 124 por cento – “um valor 20 mil milhões de euros acima do objetivo do memorando e do que estava prevista no Orçamento do Estado para 2012”.

Eurico Brilhante Dias desvalorizou, depois, o significado económico do ponto referente a um equilíbrio na balança nacional de bens e serviços: “Quando o ministro das Finanças fala do sinal positivo do equilíbrio das contas externas, sabe que a balança de bens e serviços, ao abrigo do memorando, estaria equilibrada em 2013 e 2014. Se está equilibrada mais cedo, com as exportações a crescerem menos do que o previsto, é somente porque o país está a empobrecer de forma acelerada”.

O membro do secretariado nacional do PS referiu-se, também, à questão de Portugal dispor agora de mais um ano para proceder a uma consolidação orçamental, com novos objetivos de défice até 2015: “Temos o prosseguir da política que nos levou até aqui, com mais tempo para uma situação agónica”.

Eurico Brilhante Dias relembrou que o PS apresentou já, “com detalhe”, medidas concretas para a saída da crise.

Porém, prosseguiu, na conferência de imprensa de hoje de Vítor Gaspar, “não se ouviu uma única medida”.

“A revisão do IRC terá um relatório em junho, o que significa que a implementação em 2013 não vai ocorrer. Medidas ativas de combate ao desemprego não existem”, defendeu, antes de deixar uma questão: “Como é que um Governo olha nos olhos dos portugueses, falhando todos os objetivos, não apresenta uma única medida e recusa as que o PS apresentou no Parlamento? Estamos a viver um momento grave, difícil para os portugueses e em que não se vê como é que o país sai da crise com esta política”.