“Este é o orçamento de que o país precisa”
“Procuramos também reforçar a liquidez e a capitalização das empresas para que possam resistir melhor a esta crise. Há ainda um aumento do investimento no Serviço Nacional de Saúde, na escola pública e na Segurança Social”, disse o também líder socialista, falando aos jornalistas, no final da votação.
“Este é o orçamento de que o país precisa”, concretizou António Costa, tendo ao seu lado os ministros de Estado e das Finanças, João Leão, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro.
A proposta do Governo de Orçamento Suplementar foi aprovada, em votação final global, com os votos do PS, as abstenções de PSD, Bloco de Esquerda e PAN, e os votos contra de PCP, PEV, CDS, Iniciativa Liberal e Chega.
António Costa afirmou que o Governo vai, agora, concentrar-se na execução do Programa de Estabilização Económica e Social e abrir, “desde já”, o diálogo para a aprovação do Orçamento do Estado para 2021.
“E também para o essencial programa de recuperação económica, esperando que possa ter o mais amplo consenso possível na sociedade portuguesa, designadamente com os parceiros sociais e na Assembleia da República. Hoje foi dado um passo importante para a estabilização económica e social e agora há que prosseguir esta trajetória”, acrescentou.
Sobre o resultado da votação desta sexta-feira, o líder socialista desvalorizou o voto contra de PCP e PEV, afirmando que se tratou de “uma exceção que confirmou a regra” e referindo que existe abertura para negociar o próximo Orçamento.
Na ótica de António Costa, PCP e PEV “não fizeram uma avaliação correta deste Orçamento Suplementar” para 2020, mas disse ter registado que o líder parlamentar comunista, João Oliveira, afirmou na quinta-feira que “esse voto contra não compromete em nada o diálogo que se tem mantido desde novembro de 2015, designadamente para o Orçamento de 2021 e para os anos seguintes”.
“Da nossa parte, continuaremos a trabalhar com o PCP e com o PEV no mesmo espírito que temos feito até agora e gostaríamos que pudesse ser reconstruída uma relação com renovada estabilidade no horizonte da legislatura”, frisou o primeiro-ministro, sublinhando que a maioria de esquerda parlamentar “que foi capaz de recuperar o país depois da austeridade também deve ser capaz de recuperar o país na sequência da pandemia da Covid-19”.