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Deputadas socialistas questionam Governo sobre igualdade de género no acesso ao ensino online

Deputadas socialistas questionam Governo sobre igualdade de género no acesso ao ensino online

Um grupo de deputadas do Partido Socialista questionaram o ministério da Educação sobre uma estratégia que garanta a igualdade de género no acesso ao ensino digital, solicitando também a disponibilização de dados desagregados por sexo relativamente a esse acesso.
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“A desigualdade no acesso ao Digital possui, como todas as desigualdades, uma natureza multidimensional que pode ser afetada por variáveis de natureza financeira, académica e geográfica, para falar das mais importantes. Nesta área, tal como noutras, verificamos que quanto mais baixos são os recursos financeiros, educativos e menor o nível de desenvolvimento económico da zona geográfica em que se vive, mais difícil é o acesso aos meios digitais”, consideram as parlamentares na pergunta ao Governo.

As deputadas do PS alertam ainda para a “preponderância que as tecnologias digitais terão ao serviço do desenvolvimento, particularmente ao nível da economia e do trabalho, deixando vulneráveis aquelas e aqueles que por qualquer um dos motivos atrás elencados não consigam, em condições de igualdade aceder aos meios tecnológicos”.

“Essa vulnerabilidade tornou-se particularmente visível durante a crise provocada pela pandemia COVID-19”, constatam as parlamentares socialistas, que recordam que “foram as ferramentas digitais que permitiram a continuidade de um conjunto de atividades em condições de segurança sanitárias”.

“Sabemos também que a desigualdade de género é estrutural e deixa as mulheres particularmente vulneráveis no acesso à educação, à realização profissional, aos cargos diretivos entre outros, e naturalmente também no acesso ao mundo digital”, sublinham as deputadas do PS.

As parlamentares recordam ainda que “existem dados que demonstram, de forma inegável, que as mulheres têm menores níveis de literacia digital”, apontando também que “o emprego nas chamadas IT Houses é ainda dominado pelo masculino e que o número de diplomadas nestas áreas é ainda bastante inferior ao dos homens”.

Sara Velez, Alexandra Tavares de Moura, Elza Pais, Palmira Maciel, Carla Sousa, Cristina Moreira, Lúcia Araújo Silva, Anabela Rodrigues, Telma Guerreiro, Maria da Graça Reis, Mara Coelho e Rosário Gambôa pretendem, assim, que o Ministério da Educação esclareça se está a “desenvolver algum plano ou estratégia que incentive o prosseguimento de estudos em IT por parte de estudantes do sexo feminino”.

As deputadas do PS querem também saber “qual a estratégia e modelo adotado para garantir a igualdade de acesso à escola on-line”, assim como se “existem dados desagregados por sexo relativamente ao acesso”, solicitando nesse caso o seu envio.

Caso não existam, questionam “se o governo tem o objetivo de garantir os dados desagregados por género e quando”.