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Costa defende que alojamento para estudantes é “necessidade inquestionável”

Costa defende que alojamento para estudantes é “necessidade inquestionável”

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu hoje que assegurar alojamento aos estudantes do ensino superior é uma “necessidade inquestionável” e que esta questão não pode impedir “quem tem potencial e capacidade” de aceder a uma universidade ou politécnico.

Falando na apresentação do projeto de transformação da antiga cantina II da Universidade de Lisboa em residência universitária, o primeiro-ministro salientou que “há algo que é uma necessidade inquestionável”, que “é a necessidade de assegurar alojamento que promova a mobilidade regional, e que não impeça quem tem potencial, quem tem capacidade de poder aceder ao ensino superior”.

“É uma condição essencial à democratização do ensino superior, mas é sobretudo uma condição essencial para as condições de desenvolvimento do país, e para podermos ter os recursos humanos que o país necessita de ter para construir o seu futuro”, considerou.

Lembrando que “há 45 anos, 10% dos jovens tinham acesso ao ensino superior”, António Costa referiu que atualmente o país já tem “40% dos jovens com acesso a ensino superior” e aproxima-se “da média da Europa, que são 42%”.

“Mas aquilo que nos é exigido para o futuro é que não nos satisfaçamos em termos atingido a média, sobretudo porque a média é móvel, e felizmente é uma média ascendente”, notou.

Por isso, o Governo propôs “uma meta muito clara”, o aumento da “taxa de participação de jovens com 20 anos no ensino superior, dos atuais 40% para 60% em 2030”.

Na ótica de Costa, este é um “esforço que exige eliminar todas a barreiras do acesso ao ensino superior”, desde a “melhoria da qualidade do ensino desde o pré-escolar”, passando por “prosseguir o combate contra o abandono escolar precoce”, até “criar condições para que haja mais jovens a terem acesso ao ensino superior”.

Apontando que “ninguém possa ser impedido de aceder ao ensino superior por razões económicas”, o governante considerou que “hoje uma das grandes barreiras” entre os jovens e as universidades ou politécnicos “é o custo do alojamento”.

Por isso, o Plano Nacional de Alojamento para o Ensino Superior “tem uma importância estratégica, que envolve uma totalidade de 42 concelhos em todo o país”, e “dirige-se a todas as universidades e a todos os politécnicos”, apontou o primeiro-ministro.

Também nesta matéria o executivo tem “uma meta bem precisa”, de até 2030 “conseguir duplicar o número de camas nas residências universitárias, ou seja, fazer mais 15 mil camas de residências universitárias”.

Como a adaptação da cantina vai permitir a construção de uma residência com cerca de 200 camas, o chefe do Governo afirmou que “este arranque é bem a demonstração” de como estão “todos comprometidos efetivamente em alcançar este objetivo”.

“Desde o Estado às universidades e às autarquias, todos estamos a fazer o que nos compete fazer para cumprir esta meta, e isto é uma condição essencial para que as famílias tenham melhores condições para poderem fazer o investimento mais importante que podem fazer no futuro dos seus filhos, que é investir na educação”, salientou.

Costa assinalou ainda que “nestes últimos três anos”, Portugal já recuperou “mais 15 mil alunos para o ensino superior” e vincou que tem de “continuar a fazer este esforço, a criar cada vez melhores condições, e este programa de alojamento é seguramente uma peça chave para o sucesso desta estratégia”.

Numa nota pessoal, o primeiro-ministro disse que é “com grande gosto” que vê a transformação da cantina onde teve “o prazer de saborear algumas refeições” no seu tempo de estudante “numa residência universitária para os estudantes do futuro”.