home

Coleção Miró deve ficar no Porto

Coleção Miró deve ficar no Porto

O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, manifestou ser "desejo do Governo” que a coleção de Joan Miró, que pertenceu ao património do ex-BPN e está agora na esfera pública, fique em permanência no Porto, face à oferta expositiva de arte moderna e contemporânea já existente em Lisboa. Uma intenção que vai ao encontro do desejo também assumido pelo presidente da câmara portuense, Rui Moreira, que já manifestou a disponibilidade da autarquia para acolher as obras num espaço da cidade.
Governo chega a acordo para manter coleção Miró sem penalização para o Estado

Castro Mendes afirmou que o desafio vai ser lançado à cidade do Porto, a toda a sociedade e às entidades que tiverem interesse, tendo acrescentado que “se Câmara tiver uma solução, será uma notícia interessante”, tendo merecido já uma resposta positiva do edil portuense.

“Acho ótimo que o senhor ministro faça esta declaração de interesse, que corresponde a uma pretensão da cidade do Porto. Agora, vamos durante os próximos dias trabalhar para perceber se há condições de facto para podermos ter isto num equipamento municipal, se o Estado pretende ter aqui um museu nacional ou se é um museu municipal, são tudo questões que ainda não estão certas”, afirmou ontem Rui Moreira, acrescentando ser uma “boa noticia” o entendimento de que a coleção “fica bem no Porto”.

A intenção do Governo remonta já a abril deste ano, quando o ministro se deslocou ao Porto, tendo então Castro Mendes reiterado as intenções anunciadas pelo antecessor, João Soares, e pelo primeiro-ministro, António Costa, de que a coleção era para ficar em Portugal e que seria exibida em Serralves.

Grande parte do espólio das 84 obras do artista catalão, na sua maioria pinturas, irá integrar uma exposição no Museu de Serralves, dedicada ao tema “Joan Miró: Materialidade e Metamorfose”, com desenho arquitetónico a cargo de Álvaro Siza Vieira, que inaugura a 30 de setembro e ficará patente até final de janeiro de 2017.

A apresentação contará com o apoio do Ministério da Cultura em “quase 200 mil euros”, de acordo com Castro Mendes, sendo que a tutela irá ainda “renunciar a uma parte das receitas de bilheteira”. Depois, será tempo para concretizar o encontro de vontades e manter a coleção em permanência no Porto e ao serviço da oferta cultural do país.