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Campanha arranca em Bragança e Guarda com o interior em destaque

Campanha arranca em Bragança e Guarda com o interior em destaque

O cabeça de lista do PS ao Parlamento Europeu, Pedro Marques, destacou na segunda-feira, em Bragança, a escolha da região interior do país para o arranque oficial da campanha às europeias, salientando a importância das políticas de promoção da coesão territorial.
Campanha arranca em Bragança e Guarda com o interior em destaque

“O interior também é Portugal e as políticas devem ser desenvolvidas para todo o país e devem ser desenvolvidas, também, a favor da coesão do interior”, declarou o candidato socialista, no final de uma visita à Santa Casa da Misericórdia de Bragança, onde classificou como “absolutamente essencial” a “dimensão da coesão social” do trabalho realizado por instituições desta natureza.

Pedro Marques, que estava acompanhado pelo deputado Jorge Gomes, eleito pelo distrito de Bragança, distribuiu cumprimentos pelos utentes e visitou ainda a Unidade de Cuidados Continuados da instituição, que presta diversas respostas sociais, que vão desde a terceira idade à infância, deficiência, educação, saúde, cultura e ação social, gerindo um conjunto de equipamentos no concelho.

“É preciso conhecer o país e conhecer as suas realidades. Aqui, em Bragança, na Santa Casa da Misericórdia, estive a falar com pessoas concretas, com pessoas em situação de dificuldade, que merecem apoio social e a nossa atenção”, referiu ainda Pedro Marques, sublinhando a diferença que tem caracterizado a campanha do PS, face à campanha que tem sido protagonizada pela direita.

“Há quem consiga falar com as pessoas e há quem tenha de facto pouca paciência para falar com as pessoas”, afirmou, numa referência incisiva ao cabeça de lista do PSD.

“Paulo Rangel tem sido um especialista em maledicência e tem talvez um problema com a verdade”, enfatizou Pedro Marques, destacando que a campanha do PS às europeias “tem sido forte e muito positiva”, de “esclarecimento” e “de apelo às pessoas para que vão votar no próximo dia 26”.

Discutir o orçamento da União Europeia

Abordando depois uma das matérias na ordem do dia, respeitante à política orçamental europeia, o cabeça de lista do PS manifestou-se disponível para o debate sobre a criação de impostos ambientais que se destinem, enquanto receitas próprias da União Europeia, ao financiamento do orçamento comunitário.

“A discussão sobre a criação de receitas próprias para a União Europeia, que permita financiar políticas como a de coesão ou a Política Agrícola Comum [PAC], são ideias relativamente às quais estamos disponíveis para discutir – e há caminho e discussão para se continuar a fazer”, referiu o candidato socialista, aludindo, neste contexto, ao debate que o PS tem vindo a travar nas instituições europeias relativamente ao setor do digital e às transações financeiras.

“O que não podemos”, prosseguiu, “é estar sempre a dizer que queremos que a Europa nos apoie mais, mas, depois, não estarmos disponíveis para esse tipo de discussão sobre receitas próprias da União Europeia. Este é o caso do CDS, que está sempre a dizer que não pode haver cortes nas políticas de coesão ou na PAC – o que nós estamos de acordo -, mas, ao mesmo tempo, não quer financiar o orçamento da União Europeia”, apontou.

“No fim das contas, isso só poderia significar que os portugueses pagariam mais impostos, assim como as pequenas e médias empresas nacionais. Isso eu não quero para o meu país”, acrescentou.

Rangel deveria ouvir o social-democrata Álvaro Amaro

Já na Guarda, onde participou num almoço com autarcas e dirigentes socialistas, Pedro Marques pediu aos partidos da direita maior “elevação” na campanha e, sobretudo, “propostas para a Europa”.

Na sua intervenção, Pedro Marques lembrou o trabalho desenvolvido na aplicação dos fundos comunitários do Portugal 2020, nomeadamente o seu envolvimento na aprovação de projetos na ordem dos 1.800 milhões de euros, só no que respeita a territórios de baixa densidade e de que resultou a criação de cerca de dez mil empregos, assim como nos domínios das acessibilidades ou da requalificação e modernização ferroviária das linhas da Beira Alta e da Beira Baixa.

Um trabalho que fala por si e que suscitou mesmo, como lembrou Pedro Marques, o reconhecimento do comissário europeu e mandatário da campanha do PSD, Carlos Moedas, ou do ex-presidente da Câmara da Guarda e ‘número cinco’ da lista do PSD às europeias, Álvaro Amaro, levando o candidato socialista a deixar um curioso desafio.

“Os nossos adversários dizem que não aconteceu. Mas Paulo Rangel não precisa de vir cá à Guarda ou à Covilhã. Basta que telefone a Álvaro Amaro e lhe pergunte”, sugeriu.

Após o almoço, Pedro Marques visitou a fundação João Bento Raimundo, também na Guarda, enaltecendo o trabalho social ali desenvolvido, com um conjunto de valências “impressionante” e que “faz a diferença” no concelho, e ouvindo uma mensagem de reconhecimento por parte da dirigente da instituição, Marília Raimundo.

“Não tivemos de muitas outras pessoas a mesma atitude, o mesmo carinho, por isso não admira que tenha aqui uma sala cheia, mesmo de utentes, que todos o conhecem”, disse, referindo-se ao candidato socialista.