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Brasil: MNE português afirma todo o empenhamento em manter nível das relações

Brasil: MNE português afirma todo o empenhamento em manter nível das relações

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, afirmou hoje, a propósito da eleição de Jair Bolsonaro para a presidência do Brasil, que Portugal tem “todo o empenhamento” em manter o nível das relações bilaterais e multilaterais.

“Registamos o resultado da eleição, cumprimentamos o Presidente eleito e, da nossa parte, temos todo o empenhamento em continuar o mesmo nível de relacionamento, seja no plano bilateral, seja no plano multilateral”, disse o ministro.

Santos Silva frisou que os dois países têm uma agenda bilateral “bastante rica” e, no plano multilateral, são parceiros na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e na Conferência Ibero-Americana, “duas organizações regionais muito importantes” em que Portugal tem “trabalhado de perto com o Brasil”, o que pretende continuar a fazer.

Em termos bilaterais, Santos Silva considerou que a riqueza da relação assenta, além das “razões históricas, linguísticas e de proximidade cultural”, em outras três razões “não menos importantes”.

Além da “presença de fortes comunidades, portuguesa no Brasil e brasileira em Portugal”, o ministro salientou a relação económica e o investimento dos dois governos no reforço da cooperação científica e tecnológica.

Em termos económicos, disse, o Brasil já não é, como foi, um dos dez principais parceiros comerciais de Portugal, “mas continua a ser um parceiro comercial e económico muito importante”, de que é exemplo o “desenvolvimento do ‘cluster’ aeronáutico português”.

Da parte do Brasil, Santos Silva diz não ter “nenhuma razão para pensar” que o empenhamento na relação bilateral com Portugal não seja o mesmo, esperando que “mal haja um novo Governo no Brasil”, “a partir de 01 de janeiro”, “continuará certamente” a “boa prática” de “contactos imediatos ao mais alto nível entre as autoridades brasileiras e as autoridades portuguesas”.

Também no quadro da CPLP, o ministro espera o mesmo empenhamento do Brasil na organização.

“O Brasil assumiu a presidência da CPLP no último mandato, entre 2016 e 2018, fez uma presidência boa, trazendo para a prioridade do nosso trabalho a conversação multilateral em torno dos objetivos de desenvolvimento sustentável e é um parceiro muito importante na CPLP, fez-se representar ao mais alto nível, através do seu Presidente, na Cimeira do Sal, dando assim todas as indicações de que quer continuar o protagonismo que lhe cabe na CPLP”, disse Santos Silva.

“Não tenho nenhuma indicação que me faça pensar que a implicação do Brasil na CPLP venha a diminuir”, prosseguiu, acrescentando: “Como ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, espero e confio que o Brasil continue a ter o mesmo comprometimento, se não mais, na CPLP, porque é muito importante para a CPLP o comprometimento do Brasil”.