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Banif era um negócio insustentável e em situação de urgência

Banif era um negócio insustentável e em situação de urgência

Os principais responsáveis pelo que sucedeu ao Banif são os administradores que geriram o banco de forma “insustentável” até 2102, defendeu hoje no Parlamento, o deputado socialista Eurico Brilhante Dias, relator da comissão de inquérito ao banco, não deixando também de criticar o anterior Governo PSD/CDS enquanto decisor público.

 

Para o deputado responsável pelo relatório final da comissão de inquérito ao Banif, as responsabilidades pelo oneroso desfecho que o banco está a causar ao erário público e ao equilíbrio do sistema financeiro nacional, devem ser igualmente assacadas ao programa de ajustamento português e ao cenário macroeconómico europeu que, segundo Brilhante Dias, foram incapazes de descortinar que o negócio era “insustentável”, e que se debatia com “graves problemas procedimentais” e sem uma estrutura acionistas em 2012 “capaz de suportar este embate”.

Falando aos jornalistas na Assembleia da República, na apresentação da versão provisória do relatório, Eurico Brilhante Dias foi claro ao afirmar que em 2011 o Banif não tinha uma estrutura acionista capaz de garantir o “reforço de capital que suportasse as imparidades que se foram acumulando”, nem tão pouco de responder às novas necessidades que foram exigidas, no que refere ao programa de resgate que sucedeu com Portugal quando ficou “ligado” à troica, composta pelo BCE, Comissão Europeia e FMI.

 

Banco de Portugal criticado

Para o deputado responsável pelo relatório, o Banco de Portugal (BdP), enquanto supervisor, também podia e devia ter “antecipado alguns alertas” que só começou a fazer em abril de 2015, nomeadamente, como acentuou, alertando que o Banif “tinha lacunas nos sistemas de informação e na forma como classificava os imóveis”, não deixando contudo de enaltecer o seu papel por ter sido o responsável pela “maior fatia de informação recolhida para o relatório final”.

Brilhante Dias lembrou que o Estado, quando em janeiro de 2013 injetou no banco dinheiro público, passou por esse facto a ser acionista do Banif, e, nesse sentido, defendeu, tinha a responsabilidade de “zelar pelo seu património” que é de “todos os portugueses”.

O deputado relator disse ainda que procurou encontrar, ao longo do processo de inquérito, respostas para três grandes temas, como a injeção de 1,1 mil milhões de euros em janeiro de 2013, o prazo de então até dezembro de 2015 “onde não foi aprovado um plano de reestruturação do Banif em Bruxelas”, a resolução do banco e as “decisões que levaram a nova injeção financeira”, desta vez, como lembrou, de três mil milhões de euros.

Perante este cenário, o deputado do PS disse não ter dúvidas de que, quando o Estado se vê obrigado a injetar quatro mil milhões de euros em ajuda pública, “é porque quase tudo falhou”, numa crítica clara ao anterior Governo.

 

Acção Socialista