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Arquivo Nacional de Som vem colmatar lacuna de 40 anos

Arquivo Nacional de Som vem colmatar lacuna de 40 anos

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, e o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, apresentaram esta semana o plano de ação do Arquivo Nacional de Som, no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, um projeto que vem colmatar uma lacuna com mais de 40 anos na preservação do património sonoro nacional.
Arquivo Nacional de Som vem colmatar lacuna de 40 anos

“O arquivo sonoro é uma estrutura que tem uma dimensão tecnológica para conseguir arquivar, preservar e disponibilizar aquilo que é o património sonoro, os arquivos áudio, e que vai permitir para o futuro a utilização, a investigação, sobre aquilo que é o nosso património histórico”, disse Graça Fonseca. 

Entre os fonogramas disponíveis estarão, por exemplo, a voz de Joaquim Furtado com a declaração do Movimento das Forças Armadas, no dia 25 de abril de 1974, até uma gravação de 2019 dos ruídos da cidade.

Destacando que o projeto possibilitará a integração de Portugal na rede europeia internacional de instituições homólogas, a ministra sublinhou a sua importância para assegurar a preservação dos conteúdos originais, permitindo depois uma incorporação numa “estrutura física com forte componente tecnológica”.

A criação do Arquivo Nacional de Som é um projeto que o Governo assumiu como prioritário, uma vez que, como assinalou Graça Fonseca, “Portugal era dos poucos países da Europa que não tinha esta estrutura”. 

O plano de ação estratégico irá agora definir prioridades e identificar as instituições parceiras com as quais se irá desenvolver o trabalho, tendo a governante referido, entre outros, os acervos do arquivo da RTP, do Museu de Etnologia ou do Museu do Fado. 

Também o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, destacou a importância deste arquivo para “preservar a memória” e contribuir para a construção do futuro, referindo ser necessário, cada vez mais, reforçar a estratégia de ciência aberta, que “passa necessariamente pela divulgação e pela promoção do acesso a bons arquivos abertos ao público”.

“Este arquivo era uma falta na preservação do património português. É um elemento crítico para o desenvolvimento de uma cultura de ciência aberta em todas as áreas”, acrescentou Manuel Heitor, sublinhando a oportunidade que haverá para estimular programas temáticos ou multidisciplinares orientados tematicamente com base no conteúdo disponível.

A equipa do Arquivo Nacional do Som, criada em fevereiro deste ano, é liderada pelo etnomusicólogo Pedro Félix, integrando a participação dos ministérios da Ciência e da Cultura.