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“Ao contrário do que este Governo pensava, a crise não era nacional, é europeia”

“Ao contrário do que este Governo pensava, a crise não era nacional, é europeia”

O PS apontou hoje como “preocupante” a “queda brutal” no investimento, inscrita no Boletim de Verão do Banco de Portugal, defendendo que o Governo deve apresentar “rapidamente” medidas que facilitem o acesso ao crédito pelas empresas.

 

 

A propósito das previsões divulgadas pelo Banco de Portugal, o deputado socialista João Galamba afirmou que estas são “muito negativas”, à semelhança do que já acontecia com as do acordo com a ‘troika’.
Galamba referiu que, no entanto, o “mais preocupante” é a “queda brutal do investimento”, que se verifica em todas as áreas de atividade e que aquele órgão de supervisão estima ser “o dobro” do inscrito no boletim de primavera.
“Isto revela a deterioração das condições de financiamento da economia e também das expectativas dos agentes económicos”, considerou, defendendo que o novo executivo deve tomar medidas no sentido de “facilitar a vida às empresas e atenuar” as restrições ao crédito.
“Há quinze dias, o presidente da CIP, após uma reunião com o ministro da Economia, disse ter recebido garantias de que seriam tomadas medidas para as empresas, mas esses quinze dias já passaram e até agora não se conhecem quaisquer medidas”, assinalou o deputado do PS e membro da Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças.
O parlamentar referiu que o Governo deve também tomar “uma posição política firme ao nível da União Europeia” no sentido de que sejam tomadas medidas que melhorem o desempenho da economia portuguesa, como “a antecipação dos fundos europeus e eliminação ou redução das contribuições comunitárias de Portugal”.
João Galamba acrescentou ainda: “Ao contrário do que este Governo pensava, a crise não era nacional, é europeia, e algumas das expectativas do Governo creio que saíram frustradas”.
O deputado do PS disse ainda que a quebra da despesa verificada em 2011 “está em linha com o que foi acordado” com a ‘troika’, o que “é um bom sinal porque permite cumprir a meta do défice para este ano”.
Segundo o Banco de Portugal, Portugal vai sofrer uma quebra no Produto Interno Bruto de 2 por cento este ano e de 1,8 por cento no próximo e a concessão de crédito por parte dos bancos vai ser ainda mais restritiva.