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António José Seguro pede mais ambição nas negociações europeias

António José Seguro pede mais ambição nas negociações europeias

20121030_sgAntónio José Seguro mostrou-se desiludido com a prevalência de egoísmos nacionais no debate europeu sobre as perspetivas financeiras até 2020 e pediu mais ambição a Portugal.

Este é um momento muito importante para o país, decisivo, razão pela qual o Partido Socialista insistiu tanto para que este debate se realizasse e razão pela qual o Partido Socialista tomou a iniciativa e a liderança de apresentar a este Parlamento um projeto de resolução com propostas concretas para que o Governo possa, no Conselho Europeu, assumir as posições deste Parlamento que representa o país”, começou por afirmar.

O secretário-geral do PS quis saber o que o primeiro-ministro considera aceitável nas negociações e defendeu que Portugal se deveria bater pela proposta do Parlamento Europeu, que pretende aumentar em 0,5% o volume financeiro a transferir para o Orçamento comunitário, cerca de 0,1% do Produto Interno Bruto europeu.

Seguindo aquilo que o seu ministro dos Negócios Estrangeiros já tinha dito, considera inaceitável a proposta do conselho. Eu quero perguntar, com clareza, o que é que considera aceitável, dito de outra maneira, quando é que Portugal votará a favor do Quadro Plurianual e quais as condições para o fazer?”, questionou.

O líder socialista pediu, depois, “mais ambição” ao Governo português, defendendo mais solidariedade e menos egoísmos nacionais neste debate: “Estamos esclarecidos quanto à ambição da Europa e dos seus líderes, dois terços dos quais são da sua família política [do Partido Popular Europeu], a começar pela sua orientadora, a chanceler Angela Merkel”.

António José Seguro avisou, ainda, Passos Coelho que está à espera de consultar atas dos últimos conselhos europeus para verificar de que modo o primeiro-ministro defendeu “uma resposta europeia à crise”.

Os dados sobre a situação social e económica, tanto em Portugal como na Europa, são dados alarmantes. Na Europa, a 27, são quase 26 milhões de desempregados. Na Europa, a 17, são 18,5 milhões de desempregados. Em Portugal atingimos a taxa máxima de desemprego, com cerca de 871 mil portugueses desempregados. Portanto é muito importante que a Europa perceba, e também que Portugal perceba, que este instrumento de recursos financeiros é fundamental e é decisivo”, defendeu.

E, por isso, o debate não pode ser apenas sobre o volume dos recursos que vêm para Portugal. O debate tem a ver com o modo como esses recursos vão ser investidos em Portugal e na Europa para responder aos problemas essenciais, e o problema essencial é o combate ao desemprego por via do crescimento da economia. Eu sei que a estratégia dominante na Europa é sair desta crise pela via da austeridade do custe o que custar. É um erro, é um disparate, não resolve nenhum problema, apenas agrava os problemas já existentes”, acrescentou.

Questionou, por fim, Passos Coelho sobre quantos projectbonds tem Portugal preparados para se candidatarem a financiamento do Banco Europeu de Investimentos, num momento “em que Portugal atravessa uma situação de emergência em termos de financiamento”.