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António Costa presta tributo à “sabedoria ilimitada” de Eduardo Lourenço

António Costa presta tributo à “sabedoria ilimitada” de Eduardo Lourenço

O primeiro-ministro, António Costa, prestou ontem tributo ao professor e ensaísta Eduardo Lourenço, homenageado em Lisboa por ocasião do seu 96º aniversário, enaltecendo a sua “sabedoria ilimitada” e realçando que a data “merece ser celebrada como um dia de festa da cultura portuguesa”.
António Costa presta tributo à “sabedoria ilimitada” de Eduardo Lourenço

O líder socialista falava a cerimónia de homenagem a Eduardo Lourenço, que teve lugar no Palácio Foz, na capital, durante a qual entregou em mãos ao ensaísta a primeira edição de um prémio com o seu nome lançado pela Livraria Lello, uma escultura da autoria do arquiteto Siza Vieira.

Na sua intervenção, António Costa referiu-se ao pensamento de Eduardo Lourenço sobre a Europa e, a esse propósito, fez alusão ao facto de este ter sido mesmo candidato às eleições europeias de 2014 [nota: pela lista do Partido Socialista], ainda que “em lugar não elegível”.

“Foi um sinal que devemos nunca esquecer, do seu permanente compromisso cívico e político, inseparável da sua vivência cultural. Foi seguramente este cidadão, ativo e comprometido, que o senhor Presidente da República reconheceu, ao designá-lo para o Conselho de Estado, onde tenho tido o privilégio de poder partilhar o brilho das suas reflexões, com que, infelizmente à porta fechada, nos vai privilegiando sobre a sua reflexão dos tempos que vão passando”, acrescentou.

O chefe do Governo socialista elogiou o “pensamento livre”, a “curiosidade infinita” e a “sabedoria ilimitada” de Eduardo Lourenço, descrevendo-o como “um verdadeiro Rei Midas da cultura”, que faz brilhar “o puro ouro da inteligência e da cultura” em tudo o que toca.

“Pelo que Eduardo Lourenço nos tem dado de sabedoria e de lucidez, pela sua capacidade para nos pensar como povo e país, a data do seu aniversário merece ser celebrada como um dia de festa da cultura portuguesa”, defendeu.

O primeiro-ministro concluiu a sua intervenção destacando que “são homens como Eduardo Lourenço que dão coesão à comunidade, identidade aos países, duração ao tempo, consistência aos sonhos e sentido aos caminhos do futuro”.

“Um futuro que, como ele sempre quis e pelo qual sempre lutou, tenha, para todos os homens, aquela liberdade livre e aquela dignidade material e espiritual que são a condição para não invocarmos em vão palavras como esquerda e progresso, justiça e humanidade”, concluiu António Costa, felicitando-o.

O professor e ensaísta agradeceu esta “homenagem siderante”, considerando-a “de difícil de leitura, mesmo para quem é o objeto dessa manifestação de simpatia”, e falou sobre o papel de Portugal na história, associando-o a uma “vontade de não abdicar do sonho”.

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, também se juntaram à cerimónia, em que, no final, se cantou os parabéns a Eduardo Lourenço.