António Costa pede ao Reino Unido que defina “de uma vez por todas” a sua posição

“O que nós pedimos ao Reino Unido é que, de uma vez por todas, defina qual é a sua posição. Não podemos estar sistematicamente a reabrir negociações, a fazer acordos e, depois, uma vez acordados, não passam no parlamento do Reino Unido. Isso é que não é possível”, declarou o líder do Executivo, que falava no Palácio de Belém, à margem da apresentação do elenco governativo ao Presidente da República.

A posição de António Costa surge na sequência do impasse observado no sábado, no parlamento britânico, em torno da aprovação do acordo de saída do Reino Unido da União Europeia, que tinha sido anunciado na quinta-feira em Bruxelas.

O líder do Governo português assinalou ainda, com satisfação, o envio de uma missiva pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ao Conselho Europeu, defendendo o acordo alcançado, mas reiterou a expetativa de que esta quarta tentativa de compromisso “seja de vez” e possa ser acompanhada pela correspondente aprovação parlamentar.

“De facto, é muito difícil haver um problema de negociação com um Estado que assenta, não na divergência entre a União Europeia e o Reino Unido, mas numa divergência interna no Reino Unido sobre o que, efetivamente, se pretende fazer”, referiu.

António Costa recordou, também, que a União Europeia não desejou o Brexit, assim como não desejou o referendo que lhe deu origem, respeitando o seu resultado, nem lhe compete pronunciar-se sobre a eventualidade de um novo referendo, matéria que respeita à soberania do Reino Unido.

“A única coisa que a União Europeia entende é que, havendo Brexit, então que seja feito de forma ordenada”, vincou António Costa.

“É preciso que o Reino Unido se defina se quer adiar para fazer eleições, se quer adiar para fazer um segundo referendo, isso são assuntos que só cabem a esse país. Se querem este acordo, então aprovem-no. Se não querem este acordo, então digam-nos qual o acordo que querem”, concluiu.