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António Costa participou na comemoração do 9º aniversário Museu do Neorrealismo

António Costa participou na comemoração do 9º aniversário Museu do Neorrealismo

O primeiro-ministro, António Costa, marcou ontem presença na cerimónia comemorativa do 9º aniversário do Museu do Neorrealismo, em Vila Franca de Xira, onde, juntamente com o seu irmão, o jornalista Ricardo Costa, doou à instituição o restante espólio do pai, o escritor Orlando da Costa.
António Costa participou na comemoração do 9º aniversário Museu do Neorrealismo

“O museu do Neorrealismo tem permitido a preservação dos espólios, desta corrente artística e da divulgação de muitos artistas que durante muitos anos foram silenciados”, assinalou o primeiro-ministro, intervindo na cerimónia. 

António Costa explicou depois o significado de associar o espólio integral de Orlando da Costa ao espaço.

“Quando chegou o 25 de Abril o meu pai tinha toda a obra poética, romances e a peça teatral apreendidos e impedidos de ser publicados. Esta doação é uma forma de assegurar aquilo que foi o trabalho do nosso pai. Daquilo que o influenciou, daquilo que ele escreveu. Que após tantos anos censurado possa finalmente ser conhecido. Foram muitas décadas em silêncio, agora é bom que estas obras possam ser conhecidas”, afirmou, acrescentando uma nota mais pessoal.

“Quando o museu foi inaugurado o Ricardo Costa e a mãe estiveram aqui e entregaram o principal espólio da parte criativa do meu pai. Com o falecimento da mãe do Ricardo entregamos o resto do espólio que fica em boas mãos mas sobretudo fica acessível”. 

Na sessão, foram igualmente doados ao museu, pelos respetivos familiares, os espólios literários de Mário Braga e Mário Sacramento.

O presidente da autarquia, Alberto Mesquita, salientou, por seu lado, a importância da instituição sediada em Vila Franca de Xira para o estudo desta vertente artística, que enriquece o seu património com as doações ontem celebradas.

“Neste edifício viu-se reforçar a credibilidade e mais uma vez oficializamos a doação de importantes espólios de herdeiros e familiares de importantes figuras que pelo seu trabalho muito deram ao país e à cultura”, referiu o autarca.

Criado em 1990, a partir da atividade de um Centro de Documentação sobre o movimento neorrealista português, o projeto do Museu evoluiu inicialmente em torno da área arquivística e bibliográfica, vindo depois a enriquecer e diversificar o seu património com espólios literários e editoriais, arquivos documentais (impressos e audiovisuais), acervos iconográficos, obras de arte, bibliotecas particulares e uma biblioteca especializada na temática neorrealista.

Vocacionado para o estudo e disponibilização de fontes documentais, o Museu tem vindo a promover uma prática continuada de investigação e divulgação dos seus conteúdos, correspondendo ao público heterogéneo que o visita e contribuindo para compreender a influência desta corrente junto de várias gerações de escritores, artistas e intelectuais portugueses.

O novo edifício do Museu, um projeto do arquiteto Alcino Soutinho, foi inaugurado em outubro de 2007, passando a dotar a instituição de um conjunto significativo de novas valências, nomeadamente amplos espaços para exposições temporárias de longa e curta duração, uma biblioteca temática e sala de audiovisuais, um auditório para cerca de 100 pessoas e uma livraria.