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António Costa não quer Alentejo a “ver os comboios passar” com nova linha Sines-Caia

António Costa não quer Alentejo a “ver os comboios passar” com nova linha Sines-Caia

O primeiro-ministro, António Costa, considerou hoje “fundamental” que o Alentejo não fique a “ver os comboios passar” com a linha ferroviária do Corredor Internacional Sul Sines-Elvas (Caia) e defendeu a fixação de empresas na região.
António Costa - Valorizar o Interior

Trata-se de uma obra “absolutamente essencial” para “melhorar a competitividade externa” e a “coesão interna” do país, realçou o chefe do Governo, em Redondo, no distrito de Évora, na cerimónia de adjudicação da empreitada de construção de um dos troços desta linha ferroviária de mercadorias.

Segundo António Costa, que já antes tinha ouvido o presidente da Câmara de Redondo, António Recto, a alertar para a importância de o projeto contribuir para o desenvolvimento da região e de os alentejanos não ficarem a “ver passar os comboios”, esta linha ferroviária “é uma oportunidade” para “criar uma maior coesão interna”.

“E é por isso que é fundamental que esta linha que atravessa toda esta grande planície alentejana não seja uma obra para que quem cá vive fique, como disse o senhor presidente, a ver os comboios passar”, assinalou o primeiro-ministro.

Pelo contrário, defendeu, “tem que ser mais uma oportunidade para que as empresas aqui se fixem e possam ver nesta infraestrutura uma melhor oportunidade de, instalados no Alentejo, terem melhores condições de exportar para a Europa ou exportar para todo o mundo a partir do Porto de Sines”.

A cerimónia realizada hoje assinalou a adjudicação pela Infraestruturas de Portugal (IP) da empreitada para a construção do novo troço Évora Norte/Freixo, o primeiro de três da ligação Évora Norte/Elvas, no Corredor Internacional Sul que vai ligar o Porto de Sines à fronteira do Caia, no concelho de Elvas.

A obra, numa extensão de 20,5 quilómetros e num valor de 46,6 milhões de euros, tem um prazo de execução de 540 dias e está inscrita no Programa Ferrovia 2020.

No discurso, o primeiro-ministro insistiu na importância de aproveitar o projeto para promover a coesão interna: “Basta olhar para o mapa para compreender que é difícil encontrar um sítio mais atrativo, mais bem servido de infraestruturas para localizar a produção de bens para exportação” do que “todo o eixo servido por esta nova linha férrea”.

E, destacou António Costa, fruto da renegociação do Portugal 2020, “dos cinco mil milhões de euros que vão reforçar o financiamento para o investimento empresarial, 1.700 milhões estão reservados” para os concelhos do interior.

Em termos da competitividade externa, acentuou, a nova linha ferroviária de mercadorias “vai potenciar a ligação do Porto de Sines à Europa”, mas também “a ligação da Europa ao Porto de Sines”, permitindo reforçar a ligação de Portugal ao território europeu e ao mundo.

Reafirmando que esta é “a maior obra ferroviária” lançada em Portugal “nos últimos 100 anos”, o chefe do Governo também a considerou “essencial” para o país “dar prioridade efetiva à descarbonização da economia”, no âmbito da mitigação das alterações climáticas.

“Quando estamos a investir na ferrovia, estamos a retirar mil camiões das estradas e estamos a retirar muitas toneladas de CO2 da nossa atmosfera”, frisou.